A campanha “Amazon Desert Rally”, provoca a população a olhar para a questão do desmatamento e a seca no norte do Brasil
A campanha “Amazon Desert Rally”, criada pela agência Africa e pelo estúdio de artes visuais Black Madre, traz um rally num rio seco, para chamar a atenção da população para a questão da desertificação na Amazônia.
Desenvolvida em parceria com o indígena Almir Narayamoga Surui, da tribo Paiter Suruí, que contribuiu para a criação e a interlocução com outros povos originários, a peça utiliza imagens de um rally fictício dentro do principal rio de Roraima, o Rio Branco, o qual sofre com as secas, para chamar a atenção e provocar uma conversa em torno dos problemas ambientais no norte do Brasil.
“Todo o processo foi minuciosamente desenhado e pensado para parecer uma corrida de verdade. Nós realmente utilizamos carros de rally dirigidos por pilotos indígenas e desenvolvemos uniformes com escuderias para parecer uma corrida de alta performance dentro de um rio seco para mostrar que ali não deveria ter carros e sim fauna e flora. São muitos km de seca, onde até é possível ver as estacas das pontes que ligavam uma margem a outra. A situação é triste e urgente, por isso, queremos fazer um chamado para as pessoas ‘não patrocinarem esse rally’, para agirem agora a fim de reverter essa realidade”, comenta André Maciel, diretor e sócio fundador da Black Madre.
Para realizar a campanha, foi desenvolvida toda uma comunicação gráfica presente no segmento, com escuderias, símbolos, sinalizações, uniformes, personalização dos carros, bandeiras e entre outros.
Além disso, para intensificar a mensagem e fazer um movimento contra a desertificação, o estúdio de artes visuais Black Madre ainda criou e produziu 7 posters impressos em xilogravura. Com uma linguagem que traz simplicidade unida a uma sofisticação de design para fazer esse apelo, a mensagem dos cartazes e da corrida foram pensados através de uma estética mais gráfica e direta, elementos muito presentes neste método de gravura em relevo, onde a imagem é esculpida em uma matriz de madeira.
Nesse processo, também foram esculpidas placas de 1,20m x 1,75m para serem utilizadas em comunicações OOH. “Misturar a linguagem simples da xilogravura, com uma comunicação de design mais sofisticada e que ‘fale’ de forma direta, é o que causa o efeito gráfico mais interessante para o projeto. Quando imprimimos em xilogravura, além da imagem em si, a matriz, por ser feita de madeira, carrega a textura dos veios da árvore nela, um efeito que nós não controlamos por ser algo natural da superfície do material. Isso por si só já carrega um significado e cria uma camada extraordinária no resultado final. O mais belo desse processo é que ele é orgânico e cada entintada para produzir uma impressão é única, pois a tinta mais os veios da madeira nunca se comportam da mesma forma. Na impressão, utilizamos apenas uma cor e fomos variando a cor do papel, o que nos deu naturalmente a cor da paleta de toda a campanha. Por essa razão, cada estampa é única e feita de forma manual uma-a-uma”, finaliza André.