Por Alexandra Avelar, Country Manager da Socialbakers
Esta é uma oportunidade para as pequenas empresas sobreviverem e se manterem durante a pandemia. Ainda mais importante, empresas e marcas de todos os portes a anunciar seus produtos e fechar negócios sem que os clientes tenham que sair do Facebook ou Instagram. O potencial é enorme!
O Facebook Shops está oferecendo a chance de entrar em uma comunidade de 2,6 bilhões de pessoas, engajá-las com conteúdo relevante e direcioná-las ao canal de vendas em escala única. Com o lançamento da ferramenta, o Facebook criou uma característica que permite ao usuário o acesso a toda a jornada do cliente, desde a descoberta até a compra, sem precisar sair da rede social.
A novidade também apresenta vantagens para os seus anunciantes. Até o momento, o Facebook tem sido usado como um canal de descoberta de produtos, com pouca ou nenhuma visibilidade do que cada indivíduo realmente adquiriu. Por isso, os especialistas em Marketing têm direcionado a viagem do usuário ao e-commerce para finalizar a experiência de compra, mas apenas com acesso à uma pequena parte da trajetória do cliente.
O Facebook Shops elimina muitos pontos cegos que a plataforma tinha quando se tratava de comportamentos de compra. Ao adicionar um caminho de social commerce, o Facebook mostra mais informações sobre intenções reais de compra que podem ajudar os anunciantes a redirecionar os clientes que não completaram sua jornada. Os negócios que quiserem alavancar com a solução, provavelmente, deverão aumentar seu investimento em publicidade com foco em tráfego dos consumidores no Facebook e no Instagram. Porém, isto já agradou o mercado, como pode ser visto pelo aumento do valor das ações da mídia desde o anúncio do novo projeto.
O e-commerce já existe há décadas, mas o lançamento do Facebook Shops significa que o cenário do comércio social é de inflexão. Enquanto as funcionalidades do Instagram Shopping têm evoluído aos poucos, a nova ferramenta leva este mercado a um novo patamar. À medida que as pessoas descobrem e se envolvem cada vez mais com os produtos por meio das redes sociais, as marcas e usuários se beneficiarão. Recentemente, a eMarketer revelou que espera que mais de 75 milhões de usuários com 14 anos ou mais, nos Estados Unidos, façam ao menos uma compra de um canal social em 2020, ou seja, um aumento de 17,3% comparado a 2019. Nossa previsão: o social commerce e o e-commerce serão os mesmos.
O Facebook é a maior plataforma de mídia social a lançar uma robusta oferta em comércio social, mas não a primeira. As asiáticas de mídias sociais são pioneiras no setor. O WeChat, por exemplo, está mais longe do que qualquer uma das redes ocidentais e já oferece miniprogramas para que os consumidores descubram e adquiram produtos sem baixar ou acessar outro aplicativo ou site. De acordo com o WeChat, em outubro de 2019, havia mais de 1 milhão destas iniciativas em mais de 200 segmentos.
É importante notar que a jornada do consumidor do social commerce é muito diferente da tradicional trajetória no comércio eletrônico. Isto acontece porque este mercado exige um conteúdo especialmente envolvente, imersivo e interativo. Enquanto o e-commerce consegue sobreviver usando imagens básicas para converter uma venda, é improvável que o mesmo aconteça com este novo modelo. De qualquer maneira, a rede social está muito bem posicionada para se tornar o líder no segmento, não apenas por seu alcance único, mas por diversas opções para criar uma experiência de compra interativa, desde vídeos ao vivo de pessoas interagindo com o produto até o uso de realidade virtual ou realidade aumentada para dar aos clientes a oportunidade de experimentá-los em um ambiente virtual. E, como o Facebook está deixando as marcas e criadores que usam o seu streaming marcarem os itens em vídeos, podemos, até mesmo, ver canais de compras no estilo QVC e deixar que os influenciadores conectem seus patrocinadores quando estes forem ao ar.
Em poucas palavras, as compras online no ocidente poderão se transformar para sempre, graças à adoção do Facebook Shops. Com facilidade, os consumidores encontrarão uma loja em sua página pessoal do Facebook, Instagram ou Instagram Stories. Assim, quando chegam a determinado negócio, as marcas inteligentes e criativas os conquistarão para realizarem uma compra ali mesmo e se fidelizarem. E, claro, o Facebook vai lucrar ao oferecer soluções publicitárias que atendam toda a jornada do consumidor.