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“Cores que Tocam”: Projeto da Coral torna cores acessíveis para pessoas com deficiência visual

Criada pela VML Brasil, iniciativa teve parceria técnica da Fundação Dorina Nowill para Cegos e transformou 70 cores em Cromopoemas que traduzem cores para experiência sensorial, em alusão aos 70 anos da marca Coral no Brasil 

No mês em que se celebra o Sistema Braille, a Coral, marca de tintas decorativas da AkzoNobel, lança Cores que Tocam, um projeto idealizado para tornar 70 cores de seu portfólio acessíveis às mais de 6 milhões de pessoas com deficiência visual no Brasil. Desenvolvida em parceria com a VML Brasil e com o apoio técnico da Fundação Dorina Nowill para Cegos, essa iniciativa oferece uma nova maneira de experimentar e escolher cores, permitindo que esse público acesse um produto antes disponível apenas para pessoas com visão. A iniciativa marca também os 70 anos da Coral no Brasil, reafirmando seu compromisso com a inclusão e a democratização da cor como experiência sensorial e emocional. 

“Na Coral, acreditamos que as cores têm o poder de transformar ambientes e vidas. Essa crença se fortalece à medida que mais pessoas têm acesso a essa experiência”, diz Juliana Zaponi, gerente de Comunicação e Cores LATAM da AkzoNobel. “Esse projeto dá um passo crucial na inclusão para garantir que mais pessoas possam sentir e escolher cores de uma forma inovadora, indo além da visão e explorando novas formas de conexão sensorial”. 

Cor e Ciência para Inclusão

Para dar vida a Cores que Tocam, Coral e VML partiram de estudos da neurociência que mostram que as cores também se manifestam no cérebro de pessoas cegas através de emoções, memórias e sensações. Com base nesse insight, foi selecionado um conjunto de 70 cores em 9 escalas cromáticas do portfólio da empresa, permitindo a exploração de inúmeras combinações. A partir dessas cores, foram criadas iniciais em Braille, agregando valor gráfico e estabelecendo um caminho criativo único para a linguagem visual do projeto. 

A “tradução” de cores em uma experiência sensorial percorreu um longo caminho de desenvolvimento por uma equipe multidisciplinar e com a validação técnica da Fundação Dorina Nowill para Cegos, referência em inclusão de pessoas cegas e com baixa visão no Brasil. O ponto de partida do desenvolvimento de Cores que Tocam foi a tradução dos códigos de cores dos sistemas RGB, CMYK e HEX em “Cromopoemas”. Ou seja, textos – posteriormente gravados em áudio – que  traduzem as cores em sentimentos, histórias e textos curtos. Isso permitiu que cada cor transcendesse um mero código ou percepção visual, desencadeando uma experiência sensorial única. Por meio dessas associações, as pessoas podem evocar lembranças, sensações e histórias ligadas às suas trajetórias, experimentando a magia da cor de uma forma completamente nova e inclusiva. 

O passo seguinte foi reunir esses Cromopoemas em um leque de cores do projeto: uma versão dos leques que encontramos em lojas de tintas e decoração, mas aqui acessíveis às pessoas cegas e com baixa visão. Para isso, a direção de arte é baseada em três elementos essenciais: cor, Braille e a sensibilidade da pessoa com deficiência visual. 

O material foi desenvolvido para convidar à imersão que os Cromopoemas proporcionam. O leque reproduz o modelo de mostruários encontrados em lojas de tintas e decoração, mas em vez das centenas de cores, foi impresso em cartelas completamente pretas – e cada cor é entregue pelas emoções e sensações induzidas pelos textos em linguagem Braille, para leitura de pessoas cegas alfabetizadas nesse Sistema. No verso, o nome da cor aparece em seu respectivo tom e em fonte ampliada para quem tem baixa visão, mas não é alfabetizado em Braile. Até o logotipo do projeto reflete a preocupação com uma experiência imersiva: ele simula a “pressão” de uma mão tocando uma amostra e lendo em Braille, ao mesmo tempo em que também incorpora contrastes para garantir a legibilidade. 

Por exemplo, a cor Laranja Cítrico é descrita como “aquela vontade de morder uma fruta fresca no recreio. Deixar o suco escorrer pelo queixo e passar o dia com o perfume dela nas mãos. Essa cor é o Laranja Cítrico, um tom de laranja vibrante e quente”. 

A experiência sonora completa o projeto. Em parceria com a produtora de áudio Vox Haus, cada Cromopoema foi transformado em uma narrativa falada e reunido em uma galeria digital no YouTube da Coral. A direção de som foi pensada respeitando a ultrassensibilidade auditiva da comunidade de pessoas cegas e com baixa visão. Fugindo do tradicional ASMR – que pode gerar uma sobrecarga de estímulos – , a abordagem prioriza sutilezas e nuances, criando uma imersão sensorial genuína. 

“Acreditamos que a inclusão acontece quando as diferenças são respeitadas e valorizadas. Projetos como o ‘Cores que Tocam’ representam um avanço significativo nesse caminho, pois permitem que pessoas cegas e com baixa visão tenham acesso a experiências antes restritas ao universo visual. Ao transformar cor em sensação, poesia e som, a Coral contribui para ampliar horizontes e reforça a importância da acessibilidade como parte essencial da inovação”, acrescenta Alexandre Munck, superintendente executivo da Fundação Dorina Nowill para Cegos. 

Outro cuidado importante foi permitir que os Cromopoemas pudessem ser ouvidos em velocidade 2x, sem perda de qualidade. As camadas sonoras foram gravadas e aceleradas separadamente, garantindo clareza, ritmo e profundidade na experiência, o que é uma conveniência com propósito para quem interage com o mundo, principalmente, por meio do áudio. 

“Nosso desafio foi criar uma experiência que transcendesse a visão, unindo acessibilidade à beleza da expressão poética,” afirma Gabriel Sotero, diretor executivo de criação da VML Brasil. “Cores que Tocam mostra como a criatividade guiada pela empatia pode abrir caminhos mais humanos e inclusivos”, complementa Pedro Rosa, diretor executivo de criação da VML Brasil. Sotero e Rosa foram os líderes criativos do projeto na VML Brasil.

Cores que Tocam | Tintas Coral
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