O primeiro capítulo de “Pantanal” foi produzido em 8K e terá transmissão em 8K pelo Globoplay, inaugurando a utilização desse formato em novelas. Além disso, será transmitido, também pelo Globoplay, em Dolby Atmos, tecnologia de áudio que busca garantir maior nível de imersão ao espectador.
A iniciativa da transmissão nessa qualidade de imagem abre portas para que a tecnologia seja amplamente adotada no futuro (à medida em que os televisores com capacidade de leitura do 8K passem a ter penetração nos domicílios brasileiros). A resolução é uma evolução em relação ao 4K, representando uma qualidade de imagem quatro vezes superior.
Como o primeiro capítulo fica disponível no streaming, a solução se torna atemporal, com potencial de impactar o público a longo prazo. Para o espectador, o grande diferencial do formato é permitir uma experiência muito similar a que ele teria vendo a olho nu – o que se torna ainda mais impactante ao levarmos em conta que a novela conta com forte ambientação na natureza.
No caso dos animais, a onça, a sucuri e o boi foram estudados profundamente e, para tê-los em cena, foi utilizada a rotoscopia, técnica que tem como referência uma imagem captada em vídeo, redesenhada quadro a quadro, resultando, então, na composição. Além desses animais, foram reproduzidas por computação gráfica cerca de dez espécies de aves.?Uma curiosidade: para uma cena de oito segundos em que é utilizada a técnica de rotoscopia para inserir um animal em um ambiente interno, são necessárias, em média, 48 horas de trabalho em efeitos visuais.
A tecnologia é aplicada, ainda, para superar fatores externos, como a mudança de clima. No momento da gravação, o Pantanal estava passando por um período de seca e, por meio de efeitos visuais, o cenário foi alterado com a inserção de áreas alagadas, uma das características da região em algumas épocas do ano. E mais: caso a gravação seja realizada em um dia chuvoso e precise melhorar o visual, por exemplo, os efeitos surgem para ajudar nessa questão. No caso dos ninhais – no Pantanal, eles são enormes –, os efeitos visuais são utilizados para inserir os animais pousados nas árvores em planos mais abertos.
Além da presença real de alguns animais no set de gravação no Pantanal, eles são reproduzidos graficamente em modelos 3D. O processo é o mesmo de Hollywood: eles reproduzem um animal modelando-o tridimensionalmente e produzem todo o esqueleto para que ele possa ser animado.
Mas o trabalho da tecnologia nem sempre é visto nas telas. Por vezes, ela atua nos bastidores, por exemplo em relação à segurança do elenco. Foram usadas técnicas de aproximação e de implementação para transportar imagens de animais captadas no Pantanal e inseri-las em ambientes internos.
