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SXSW_divulgacao

 Por Nilio Portella – Sócio-fundador da Mene & Portella (M&P) 

Com a pandemia do novo coronavírus controlada e boa parte da população vacinada, os eventos corporativos de forma presenciais estão voltando. Um deles é a SXSW, uma das maiores conferências de inovação e tecnologia do mundo. Estive por lá e vi muita coisa interessante, passando pelo tão famoso e polêmico metaverso, até o mundo dos games e a transformação que o mercado publicitário está vivendo com as plataformas sociais.

Em tudo aquilo que consegui acompanhar, pois o evento é enorme, há um item (se é que posso chamar assim) comum em todas elas: as pessoas. A ideia de robôs, inteligência artificial, realidade aumentada, toda essa tecnologia que não para de se desenvolver, tem as pessoas no centro de tudo. São elas que consomem, compartilham, compram, denigrem ou elevam produtos e marcas. E são elas que definirão o incerto futuro do metaverso e outras tendências tecnológicas. Assim, listo cinco impressões que tive da conferência e compartilho com vocês.

Metaverso

Todos os especialistas que falaram sobre o assunto foram unânimes em uma coisa: ainda é muito cedo para entender qual será o impacto do metaverso na mídia e na vida das pessoas. Alguns palestrantes, inclusive, não enxergam no sonho de Mark Zuckerberg o mesmo sucesso que ele alcançou com o Facebook.

Dois pontos me chamaram a atenção. Um deles foi uma pesquisa realizada com 2.700 desenvolvedores de games sobre a criação de softwares para plataformas de VR (realidade virtual em inglês), com 56% dos entrevistados dizendo que não têm interesse em desenvolver games ou apps para essa plataforma, que é o centro do que imaginamos hoje para o metaverso.

O outro ponto é que há especialistas que apostam mais na Apple para lançar uma plataforma de metaverso confiável do que na Meta, de Zuckerberg.

Games

Pela primeira vez na SXSW, um dos streamers mais famosos do mundo, Tyler Blevins, subiu ao palco e contou a sua história. Como a maioria dos jogadores de games, ele jogava no porão da sua casa até que, cruzou com o rapper Drake dentro de um jogo. A partir daí a sua vida mudou radicalmente.

Hoje, Ninja, como ele é conhecido, tem status de popstar, ganhando dinheiro com campanhas publicitárias, vendas de livros e com audiência das plataformas de streaming. Ele é um exemplo de que cada vez mais as marcas vão investir em streamers para vender seus produtos para jovens de todo o mundo.

Além disso, podemos esperar mais aquisições nesse mercado. Twitch, da Amazon, YouTube Gaming e Facebook estão investindo pesado nesse setor.

NFT

O que eu vi os palestrantes falarem sobre o NFT é que esse boom está sendo causado porque as pessoas querem mostrar poder monetário a outras, ou seja, se exibir no mundo digital. Para outros especialistas que acompanham o setor Tech, a OpenSea, marketplace de NFT, vai liderar esse mercado e apontar os caminhos.

Há também outra visão de que o NFT já é um mercado saturado e que o importante é a infraestrutura e os protocolos por trás dele.

Economia criativa (creators economy)

Todas as palestras que assisti sobre esse tema foram ricas. O TikTok, como era de se esperar, foi protagonista em praticamente todas as discussões sobre creators economy. As marcas estão investindo cada vez mais em criações inovadoras para expor e vender seus produtos. Por sua vez, os creators alcançam mais jovens, possuem “tato” para criar peças de comunicação assertivas e o custo de produção é mais baixo para as marcas e plataformas.

Em uma das palestras, foram mostrados os valores de investimentos pelas plataformas: o TikTok destinou US$ 1 bilhão a iniciativas voltadas aos criadores, enquanto o YouTube possui um fundo de US$ 100 milhões reservado para creators. Facebook e Instagram também investem pesado para não ficar atrás do TikTok.

De forma resumida, as plataformas querem atrair e reter creators porque eles aumentam a base de usuários com suas criações. Aumentando a base de usuários, aumenta-se o investimento em publicidade pelas marcas dentro das plataformas. Simples assim!

Marketing

Fake news foi um dos assuntos comentados quando foi abordado o papel das marcas e o futuro do marketing. As marcas devem se posicionar publicamente em relação a disseminação de notícias falsas e tomar cuidado para que seus produtos não apareçam em conteúdos que propagam desinformação.

Outra discussão que chamou a atenção foi o crescimento das empresas de tecnologia em detrimento das empresas de mídia “tradicionais”. O investimento da Amazon em publicidade digital tem crescido muito rápido e se aproxima do Google e da Meta.

A regulação do setor também foi abordada, com preocupações relacionadas à privacidade de dados, fake news e políticas antitruste.

Também foram abordados os gastos, que chegam na casa dos bilhões, da Disney e da Netflix em criação de conteúdo. Essas empresas estão com novas estratégias de penetração de mercado, com a Disney abrindo as suas plataformas para anúncios e a Netflix entrando em jogos.

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