O maior evento de criatividade e mídia do Nordeste acontece entre os dias 4 e 5 de dezembro, e será totalmente online e gratuito
Com mais de 40 horas de programação, o Scream Festival aponta os novos caminhos da economia criativa na região nordestina, reconhecida por sua riqueza cultural e inovação. Com tema central “Chega de Normal”, o festival será guiado por quatro trilhas principais que representam os recortes das áreas da economia criativa sendo elas: Cidades, Cultura e Vocação, Empreendedorismo Focado e Inovação Aplicada.
Para sabermos um pouco mais a respeito da região nordestina e, também sobre o evento, o Marcas Mais conversou com Ana Coelho, presidente da Associação Baiana do Mercado Publicitário.
1 – Quais as expectativas para a 3ª edição do evento e pela primeira vez, sendo totalmente online?
As expectativas são sempre grandes porque é um evento participativo, aberto a quem quiser colaborar com ideias, nomes, temas, e que nos dá um retorno muito positivo. A ABMP, entidade que realiza o Scream, atua com o principal objetivo de fomentar o mercado criativo da Bahia e projetá-lo para além das fronteiras do estado.
Esta edição online, certamente, vai ampliar ainda mais o alcance deste mercado, projetando profissionais locais para o mundo, bem como permitindo que especialistas de fora também participem palestrando ou da plateia. Temos mais de 130 palestrantes e quase 2mil inscritos.
O desafio é grande, a pandemia está ai e fazendo todos nós sairmos da zona de conforto e repensar o que fazemos. O Scream será palco de grandes discussões sobre tudo isso que estamos vivendo.
2 – Qual principal erro ou falha de uma marca ao comunicar com o público nordestino?
Já foi mais comum ter o nordeste de forma caricata nas propagandas, às vezes até cometendo gafes, o que acaba sendo um tiro no pé. Mas, com amplitude das redes sociais e potencial de interação que estes meios oferecem, as marcas estão cada vez mais cuidadosas, preocupadas em conhecer seus clientes e atentas na melhor forma de se relacionar com eles.
O consumidor está cada vez mais ativo e participativo, passou a ter voz. Se antes eles já eram ouvidos, agora isso se intensificou, as pessoas passaram a ser produtoras de conteúdo. Passaram a falar o que pensam e passaram a se comunicar com as marcas quando concordam e também quando não concordam com certos posicionamentos.
3- Quais as principais tendências em mídia que a região nordeste vem consumindo?
O Nordeste consome tudo. Aqui a mídia exterior, rádio e TV são muito fortes, além disso, a procura por mídias digitais vem crescendo.
A pandemia acelerou as transformações digitais e acelerou também a produção de conteúdo e sua distribuição.
Um dos palestrantes do evento é o Paulo Rogério Nunes, cofundador da Vale do Dendê e escritor do livro Oportunidades Invisíveis pela editora Matrix. Paulo falará sobre “O que Salvador pode ensinar ao país sobre criatividade e inovação?” e nos contou um pouco sobre o assunto.
“Bom, Salvador é a capital criativa do Brasil, por isso tem muitos ensinamentos que a cidade pode levar ao Brasil de modo geral. Essa criatividade está bastante relacionada a população afro responsável por importantes movimentos culturais no país.
A música é uma grande exemplo dessa expressão, e Salvador é reconhecida pela Unesco pela capital da música, sendo um importante polo de exportação da música popular brasileira. A estética também é um elemento que simboliza essa criatividade com suas estampas e cores, fazendo a moda afro ser consolidada, com suas estampas, turbantes e batas. Essa estética está bastante presente em vários aspectos da arte e da economia criativa.”