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Por Leandro Navatta

Tecnologia e publicidade se tornaram fortes aliados na missão de conquistar públicos cada vez mais segmentados para anunciantes. Por mais que o mercado já tenha acompanhado uma série de inovações desde o surgimento das redes sociais, ainda há muito para se criar e para aprender. A Mídia Programática é um exemplo disso, ela veio para agilizar a compra de anúncios em tempo real e de maneira automatizada. 

Através de diversos softwares, as marcas podem exibir seus anúncios em diferentes canais e formatos, os direcionando para o público-alvo específico, podendo atingir mais de 300 mil audiências disponíveis. A utilização da programática é eficaz na construção da lembrança da marca, especialmente em anúncios de vídeo ou redes sociais. Com ela é possível antecipar as necessidades do público, impactando-o antes mesmo que ele perceba a necessidade de buscar o produto. 

Com o surgimento de novas plataformas, há quem acredite que profissionais de mídia e de marketing possam começar a perder seus empregos para os robôs. Afinal, todo esse processo é possível graças aos algoritmos avançados da inteligência artificial que são empregados para analisar dados em tempo real e otimizar automaticamente o desempenho das campanhas. Eles têm a capacidade de reconhecer padrões, antecipar tendências e efetuar ajustes imediatos nas estratégias de anúncios para maximizar o retorno sobre o investimento. 

Além disso, a IA não funciona de forma isolada, ela pode ser integrada a outras plataformas e ferramentas de análise externas. Isso proporciona uma visão completa do desempenho de marketing e a habilidade de tomar decisões embasadas em dados consolidados de diversas fontes. 

Essas inovações possibilitam que se encontre audiências mais específicas e personalizadas para suas campanhas, além de viabilizar a personalização dinâmica de anúncios de acordo com o comportamento do usuário. Isso significa que os anúncios podem ser adaptados em tempo real conforme as interações anteriores do usuário com a plataforma, aumentando sua relevância e o engajamento. 

O pensamento lógico seria de que com uma tecnologia tão eficaz, quem precisaria de humanos? É aí que muitos se enganam. A combinação de inteligência artificial e conhecimento humano permite uma abordagem mais completa e eficaz para atender às necessidades dos clientes e garantir uma experiência excepcional. 

IA é realmente algo que está mudando fundamentalmente alguns pilares sociais que nós nem pensamos sobre. Ela já está em todo lugar. Seja nos atendimentos automatizados via telefone e WhatsApp, no reconhecimento de fraudes em sistemas bancários, ou em um programa que define a melhor rota para um motorista de aplicativo que quer voltar para casa, mas também está disposto a aceitar uma última corrida que vá na direção de seu destino final.

Ainda assim, as soluções tecnológicas são tratadas como o fim de determinadas carreiras e a substituição de profissionais por máquinas. O ChatGPT, por exemplo, vem sendo anunciado, para o desespero de muitos, como o fim de todas as profissões que envolvem geração de algum tipo de conteúdo de maneira ampla, desde advogados, jornalistas, escritores, até programadores. 

De fato, essas tecnologias vão causar disrupções enormes na cadeia produtiva e na forma como as pessoas trabalham, principalmente em profissões mais vulneráveis à automação, em uma escala nunca antes vista na história da sociedade. Mas ainda há tempo para que essa conversa aconteça e possamos minimizar os impactos negativos que o novo contexto possa trazer. O ponto é que não tem mais como voltar: a tecnologia já está aí e é preciso tirar o máximo de aproveitamento dela. 

O que precisamos entender é que computadores são muito bons em fazer tarefas específicas e aprender com o que já existe. Hoje conseguimos ensinar programas a se aperfeiçoarem sozinhos seguindo um conjunto de métricas que consideramos como “sucesso”. Com isso, o programa vai testando novas combinações de tarefas para tentar no maior número possível de êxitos da melhor maneira possível, sejam eles o clique em um vídeo ou em um post na rede social, ou gerar a rota de GPS mais eficiente para um entregador levando em conta quantidade de entregas e tempos de parada. 

A questão é que necessitamos de profissionais capacitados para darem as ordens para as inteligências artificiais, estrategistas que conhecem com profundidade o público com que estão lidando e que são capazes de traduzir dentro das plataformas de Mídia Programática os objetivos dos anunciantes. Máquinas não vão ficar no seu lugar quando você pensa de forma estratégica. O que vai diferenciar a nova era de bons profissionais é a forma como usam a tecnologia a seu favor. 

*Sobre Leandro Navatta 

Leandro Navatta, 30 anos, é formado em Sistemas da Informação pela Universidade de São Paulo (USP) e desde os 13 anos de idade trabalha com Web Design, Programação e criação de produtos voltados para a internet. Além da experiência em desenvolvimento, Leandro lida com gestão, negociação e relacionamento com os clientes de suas empresas. É fundador de três empresas, dentre elas a Pixel Roads, plataforma desenvolvida para agências e anunciantes vincularem suas campanhas de marketing digital para diferentes budgets e necessidades. Sua experiência prática o levou para posição de referência em tecnologia, sendo muitas vezes convidado por instituições de ensino para dar aula e palestras. Além disso, é mentor da FGV Ventures, renomada aceleradora de startups da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e segue propondo o debate dos impactos da tecnologia nas relações humanas.

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