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Até 2027, mercado de meios de pagamento gerará US$ 90 bi no Brasil e US$ 2,2 tri no mundo, diz BCG

Segundo a pesquisa, uso de formatos alternativos, como criptomoedas e carteiras digitais, estão em alta e podem ter um crescimento três vezes mais rápido do que os cartões de crédito

O Boston Consulting Group (BCG) lança a edição de 2023 do seu relatório anual Global Payments, mostrando como o mercado de pagamentos está evoluindo e o impacto que ele traz para a economia global. Segundo os dados do relatório, até 2027, o setor gerará um faturamento anual de US$ 90 bilhões no Brasil e movimentará US$ 2,2 trilhões no globo. Apesar de seguir em crescimento, o setor terá um ritmo diferente dos anos anteriores, com uma taxa de crescimento anual (CAGR) de 6,2% entre 2022 e 2027. Entre 2017 e 2022, o índice ficou em 8,3%.

O material da consultoria indica que meios de pagamentos alternativos, como criptomoedas e carteiras digitais, terão um forte desenvolvimento globalmente, chegando a ter um crescimento três vezes mais rápido do que os cartões de crédito. “No Brasil temos um setor de pagamentos marcado por alta competição e inovação, assim como por avanços relevantes em modalidades (rails) novas como o PIX, que ganhou uma popularidade exponencial e hoje figura como um dos fatores de aceleração na substituição de meios de pagamento”, destaca Flavio Magalhães, diretor executivo e sócio sênior do BCG.

A força das moedas digitais fica também evidente na análise. Ela aponta que mais de 90% dos bancos centrais já estão experimentando ativamente o seu uso como um complemento ao dinheiro e, diante da velocidade de incremento desse tipo de transação, bancos centrais de moedas digitais serão totalmente operacionais em todas as regiões do mundo dentro de 5 a 10 anos. “As moedas digitais estão deixando de ser um conceito e as bases para sua implantação começam a ser desenvolvidas em diversos mercados. O anúncio recente do DREX é um dos exemplos”, destaca o executivo do BCG.

O BCG ainda traz uma avaliação geral sobre como essa indústria poderá se comportar diante de um panorama futuro de grandes mudanças. Em um momento dinâmico do setor de pagamentos, o relatório destaca alguns tópicos:

  • Resiliência na operação: as empresas de pagamentos alcançaram um desempenho sólido nos últimos 24 meses, com a receita líquida média para uma amostra global de 20 grandes emissores, adquirentes, processadores de pagamentos e operadoras de cartões aumentando 7,5% entre 2021 e 2023. Mas o retorno total ao acionista (TSR) para os maiores players caíram 20% entre 2021 e 2023. Para enfrentar o cenário, no curto prazo, as organizações devem tornar a resiliência operacional e excelência em custos uma prioridade máxima, e, em paralelo, compor uma estratégia integrada de negócios, finanças e atração de investidores.
  • IA generativa: poderá transformar muitas atividades na cadeia de pagamentos e proporcionar enormes benefícios às empresas e aos seus clientes. Somente no desenvolvimento de produtos, a análise do BCG sugere que as empresas poderiam aumentar a produtividade em mais de 20% na etapa de codificação. Para ganhos de curto prazo, as organizações devem identificar dois ou três casos de uso que poderão ter um alto impacto com a tecnologia e construir a arquitetura, a governança e as habilidades para implementá-los. Pensando a longo prazo, as organizações devem olhar para os benefícios da GenAI em toda a empresa, concentrando-se nos benefícios possíveis para as principais jornadas de seus clientes.
  • Gerenciamento de Riscos e Compliance: em muitos países as autoridades locais estão adotando uma posição mais rígida e o escrutínio das autoridades reguladoras tem se intensificado. O relatório recomenda que as empresas realizem uma autoavaliação honesta em suas metodologias e capacitações de riscos de compliance para compreender se há falhas em temas essenciais. É preciso definir e implementar um modelo operacional com foco na resiliência a longo prazo e profissionalizar o gerenciamento dos riscos.
  • Fusões e aquisições: o BCG prevê altos níveis de atividade em fusões e aquisições com uma mudança de foco: de deals focados em escala para deals focados em aquisição de novas capacitações – relacionadas a métodos de pagamento alternativos, integração com software ou outros serviços de valor agregado. A consultoria recomenda que as organizações atualizem as suas estratégias para não só identificar e concretizar oportunidades de M&A com valuationsatraentes, mas também focar na correta integração dessas parcerias para complementar as capacidades construídas internamente.
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