Mesmo priorizando o melhor custo-benefícios, os brasileiros seguem atentos à utilidade e aos aspectos de sustentabilidade dos produtos adquiridos
Com a proximidade das festas de Natal, o varejo volta a se aquecer após o aumento das vendas na Black Friday no último mês. A nova onda de estudo EY Future Consumer Index 2022 (FCI), realizada pela EY-Parthenon em outubro deste ano, com entrevistas em 21 países, incluindo o Brasil, indica que 42% dos entrevistados afirmam que farão compras mais econômicas, sem deixar de lado a qualidade.
O objetivo do estudo é mostrar as tendências sobre o varejo e comportamento do consumidor e, ao trazer para realidade brasileira “percebemos que o aumento da intenção de compra é balanceado pela maior preocupação dos consumidores em relação ao preço dos produtos e à utilidade daquilo que compram”, conta Juliana Crema sócia da EY-Parthenon e líder em estratégia para o segmento de consumo e varejo.
Segundo a executiva, “presentes para crianças, viagens e férias de fim de ano ainda estão entre os principais itens que os consumidores pretendem investir, mesmo com o aumento nos preços”. De qualquer forma, 44% dos entrevistados afirmam que estão mais atentos à utilidade dos produtos adquiridos em relação ao ano passado.
Além do preço, que é um fator importante no momento de decisão de compra, já existe um movimento por produtos e empresas que estejam alinhados aos pilares do ESG, principalmente aos aspectos ambientais: 32% dos entrevistados disseram que aspectos ligados à sustentabilidade são os mais importantes em suas intenções de consumo no futuro, seguidos por experiência e saúde (ambos com 19%); e preço (17%). “Os consumidores estão se tornando cada vez mais exigentes e estar atrelado a causas ESG se torna ainda mais determinante na compra. Mas sabemos que ainda não podemos dissociar a busca por essa causa com o orçamento apertado de grande parte da população nacional”, ressalta Cristiane Amaral, sócia da EY e líder do segmento de Consumo, Produtos e Varejo para América Latina. “O desejo de consumir itens mais sustentáveis e saudáveis existe, mas a decisão de consumo está diretamente ligada ao poder de compra”, complementa.
Mais da metade dos entrevistados brasileiros, 51%, indica que pretendem fazer um mix entre digital e loja física para as compras de Natal, 32% usarão preferencialmente meios online e apenas 17% as lojas físicas. “O Brasil segue a frente da média global no quesito compra online. 85% dos brasileiros pretendem fazer alguma compra nesse canal para o final do ano, enquanto a média mundial fica em 75%”, finaliza Juliana.