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Globo promove webinar sobre os impactos coronavírus nos hábitos de consumo 

Compreender o presente para se preparar para o futuro. Esse foi  um dos objetivos do webinar ‘Panorama Covid – O que vem por aí?’ realizado pela Globo na tarde desta segunda-feira, 3 de agosto. O evento reuniu representantes de anunciantes e agências para compartilhar os insights e aprendizados acumulados pela empresa desde o início da pandemia. Em uma série de pesquisas e análises sobre os impactos da crise nos diferentes setores da economia, a discussão trouxe ainda um olhar humanizado sobre como as emoções e hábitos de consumo evoluíram no decorrer do período.  E as descobertas, compiladas em um dashboard interativo, agora estão disponíveis na Plataforma Gente.

“Nos últimos meses, percebemos que a crise trouxe a oportunidade de compartilharmos ainda mais informações com o mercado, abrindo provocações e dando espaços para troca de ideias e dados sobre as indústrias e a população como um todo. Nosso objetivo é que os insights apresentados hoje possam munir quem está na linha de frente da tomada de decisão, especialmente com foco no quarto trimestre do ano”, explicou Vitor Vasconcelos, diretor de Inteligência de Mercado da Globo.

“Entendemos, logo na primeira semana de isolamento social, que estávamos vivemos um momento atípico e que precisava ser compreendido em profundidade. Para isso, desenvolvemos uma nova metodologia, de pesquisa constante, para acompanhar o mood da população”, completou Fabia Juliasz, diretora de Pesquisa da Globo. “Esse acompanhamento nos ajudou, por exemplo, entender como esse cenário de restrição, jamais visto, impactou os brasileiros. Um trabalho que nos ajuda a acompanhar e compreender os grandes movimentos da população e qual o impacto deles no futuro. Dados essenciais para compreender a transformação das histórias de negócios”, definiu.

Aprendizados setoriais

Batizado de “Eu ouvi Insights?”, o primeiro painel do webinar foi um bate-papo entre Vitor Vasconcelos e os especialistas setoriais Gabriel Nóbrega, Henrique Simões, Rafael Garey e Thiago Mariano. Passando pelos diferentes setores da economia, discutiram quais os impactos já sentidos pelas empresas e na relação com os consumidores. E esse olhar para os diferentes setores da economia permitiu que a equipe de Inteligência de Mercado discorrer sobre alguns insights:

Financeiro: Nesse momento, os bancos assumiram um papel de protagonismo. Durante a crise, 1 em cada 2 brasileiros acham que as marcas precisam andar em parceria e 63% dos brasileiros dizem confiar mais nos bancos tradicionais em relação às suas finanças. Além disso, para 34% dos brasileiros os bancos saem fortalecidos desse momento, o que deixa claro o modo como as instituições financeiras trabalharam bem a comunicação durante a crise. Além disso, o setor é um dos principais provedores de recursos nesse cenário. Os bancos migraram de um modus operandi à reboque, assumindo agora uma responsabilidade no caminho que a economia tomará. A crise traz também a volta de um conservadorismo, em que as pessoas buscam se preservar e planejar mais. Hoje, 60% dos brasileiros afirmam que querem se planejar melhor para o futuro. E essa tendência mais conservadora tende a impactar também investidores, o que diminui, por exemplo, o investimento em fintechs.

Telecom: conectividade em alta. Empresas e pessoas adotaram o digital como alternativa para vida. O home office, por exemplo, tornou possível dar sequência ao trabalho; a educação à distância, apesar de não ser uma metodologia nova, abriu a discussão para ensino híbrido. Além disso, a telemedicina também permitiu perceber que é possível fazer uma primeira consulta, antes da ida para o hospital, evitando riscos.

Varejo: o segmento tem se movimentado para acompanhar as mudanças nos hábitos de consumo. Um cenário em que 70%  das pessoas dizem estar comprando menos por conta das preocupações financeiras e em que os produtos autoindulgentes estão sendo colocados no final da fila. Além disso, o relacionamento com a casa tem feito com que as pessoas identifiquem novas necessidades, para cuidados com o lar. Já datas especiais como Dia dos Pais e mesmo a Black Friday prometem esquentar ainda mais o segundo semestre. Com relação ao primeiro, há um aumento de 14% no interesse em presentear, em relação ao dia das mães, com crescimento na diversificação de canais para compra. Acompanhar o crescimento do índice de confiança do consumidor também é um driver importante, indicativo de melhora para o setor. Hoje, ele já está 20% acima do índice em abril. E, ao compreender que o que puxa o índice não é o momento atual, mas a esperança no futuro, mostra um crescimento no interesse também já na perspectiva de Black Friday.

Auto e Alimentos: tendências apontam crescimento de consciência e solidariedade. Mas os consumidores estão vivendo um paradoxo, até pelos altos valores de produtos ambientalmente responsáveis ou orgânicos, por exemplo. Além disso, há um achatamento entre os dois polos da sociedade, as classes mais altas e mais baixas estão mais distantes. Nas primeiras, propósito e valores sem dúvida serão drivers de consumo. E nas classes mais baixas não necessariamente, dado que o preço tem aparecido como fator decisor de compra. Pesquisas mostram, por exemplo, que 55% dos brasileiros trocariam sua marca preferido por uma marca mais barata e 52% acham que marcas que fazem promoção são marcas amigas, parceiras.·  

Serviços: foi possível acompanhar uma realidade bastante volátil para startups, especialmente em setores como turismo, mobilidade, educação e delivery. De um lado positivo, muitas empresas que tem como core o delivery estão se saindo bem, até por se tornarem uma das únicas alternativas para outros setores, como bares e restaurantes, usarem os sistemas de entrega e logística pelo aplicativo.  Já o turismo, passa por esse momento como um dos setores mais afetados. No entanto, já é possível vislumbrar uma melhora e também mudanças nos hábitos, com destaque para força do turismo regional e doméstico – descentralização do turismo que favorece explorar novas regiões e destinos.

Novas sensações, novos hábitos de consumo

O segundo painel do webinar foi dedicado à pesquisa que ouviu os brasileiros, para compreender suas emoções em relação à pandemia. Conduzida por Giani Scarin, gerente de Pesquisa & Insights da Globo, a apresentação trouxe, entre os destaques, a forma como os brasileiros seguem com a esperança como um dos sentimentos predominantes, apesar dos medos e incertezas com relação à pandemia e seus efeitos. Os dados mostram, por exemplo, que apesar do alto índice de preocupação sobre a conjuntura atual – 88% declararam estar preocupados ou muito preocupados – , as pessoas têm tentado encontrar pontos positivos. Entre eles, o crescimento da convivência familiar: 76% sentem que se aproximaram mais dos filhos; 81% estão em busca por um estilo de vida mais saudável; e a manutenção de hábitos de higiene mais rigorosos, mesmo com o fim da pandemia, é confirmado por 96% dos brasileiros. No que diz respeito ao consumo, 37% das pessoas disseram estar comprando mais online, seja pela praticidade de receber os produtos em casa (51%), compras com frete grátis ou valor justo de entrega (47%), e maior gama de ofertas e preços mais competitivos (22%).

Com relação aos hábitos de consumo, a pesquisa revelou uma mudança na maneira como os brasileiros percebem as marcas: 65% das pessoas declararam que passaram a consumir produtos de anunciantes que se posicionaram positivamente durante a pandemia. Movimento que mostra uma busca por marcas parceiras, que deixem claro o que estão fazendo para ajudar o consumidor e que sejam flexíveis no pagamento – algo que estará presente também no consumo pós pandemia.

Ainda sobre o pós-crise, a pesquisa traz importantes recortes regionais sobre os setores prioritários para compra. No Norte/Centro Oeste, os segmentos de maior interesse são: Roupas e Acessórios, para 36% das pessoas; Viagens, para 30%; Smartphones, para 23% e Calçados, para 22%. No Nordeste, a lista é composta por Roupas e Acessórios, para 36% dos consumidores; Viagens, para 31%; Móveis, para 19% e Smartphones, para 18%. Já no Sudeste, Roupas e Acessórios são itens prioritários para 37% da população; Viagens, para 31%, Calçados; para  22% e Eletrodomésticos, para 16%. E no Sul, Roupas e Acessórios também lideram a lista, com 33% de preferência, Viagens vêm na sequência, com 33%, Móveis com 18% e Eletrodomésticos com 17%.

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