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Claranet e Huawei apontam os benefícios do 5G na economia brasileira

Estudo analisa quatro setores da economia e aponta os principais benefícios para as áreas favorecidas com a nova geração da internet móvel no país

Se o 4G mudou a vida das pessoas, o 5G habilitará uma grande transformação na sociedade, acompanhado de todo o ecossistema de telecomunicações como cloud computing, inteligência artificial (IA), internet das coisas (IoT) e infraestrutura de fibra. Segundo os especialistas da Claranet, multinacional de tecnologia com foco em serviços gerenciados de cloud, e da Huawei, multinacional líder global em soluções de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), algumas áreas serão mais beneficiadas com a chegada da nova geração da internet móvel no país.

Há, portanto, um entendimento que é comum a toda sociedade, que o 5G trará transformações mais incisivas na produtividade e forma de trabalhar da maior parte dos setores da economia. “De forma mais técnica, o 5G traz três grandes vantagens: maior velocidade de conexão (até 100 vezes mais), maior quantidade de SIM cards por célula, suportando até 1M de devices por km2 e uma menor latência, podendo atingir mínimos 0.5ms”, revela Nicolas Driesen, Solutions Representative da Huawei.

O 4G fez a revolução dos aplicativos, transformando indústrias, como a hoteleira e de entretenimento, que foram levadas para uma era onde a conectividade foi crucial para aumentar a escala desses serviços. Com o 5G, além dos serviços, a produtividade de setores industriais e agrícolas será incrementada de forma exponencial. No Brasil, os setores que mais serão favorecidos são:

Indústria extrativa: setores de óleo, gás e mineração, que são intensivos em capital, e cujos produtos são commodities, eficiência e mitigação de riscos ambientais são fatores críticos para o desenvolvimento e crescimento. A aplicação do 5G na automação de máquinas e operações irá reduzir custos e riscos aos trabalhadores.

Indústria manufatureira: é a que apresenta o mais alto potencial de benefícios com as aplicações em 5G. A implementação no setor deve ser a mais rápida entre todos os setores e irá permitir a otimização de recursos a partir dos dados das plantas e algoritmos, que constantemente configuram a produção para os melhores resultados de produtividade e qualidade. A melhoria em tempo real captura o alto benefício das aplicações em 5G, com o tempo de implementação razoável e ganhos estimados em mais de R$210 bilhões.

Agronegócio: o uso dessa tecnologia vai permitir o avanço da agricultura indoor e de precisão, além do gerenciamento baseado em dados, que vai integrar e possibilitar a telemetria e sensores, uso de drones e análises mais precisas do clima. Medidas de correção e ajustes serão mais precisas e facilitarão a tomada de decisão dos produtores, bem como a identificação de problemas pontuais no campo e o aumento do monitoramento da lavoura.

Transporte de cargas: entre as aplicações em desenvolvimento, temos os caminhões automatizados, equipados para a comunicação veículo a veículo; pontos inteligentes que serão geridos a partir de unidades centrais; guindastes inteligentes utilizados para descarregar grandes navios cargueiros; trens sem a presença de condutores; robôs conectados irão planejar e executar atividades como coleta e classificação de materiais, que juntas apresentam um impacto estimado na economia do país, na casa dos R$ 11 bilhões.

Além dos quatro setores, outros segmentos deverão ser otimizados com a tecnologia. “A internet das coisas (IoT) passará a funcionar de forma efetiva, já que o baixíssimo tempo de resposta nas conexões, irá habilitar de vez a conectividade entre as máquinas. Eletrodomésticos serão mais eficientes, gerando economia de energia, além de carros autônomos e cidades inteligentes, que se tornarão realidade. Indústrias, que são intrinsecamente tecnológicas, como a do entretenimento (OTTs – plataforma de distribuição de conteúdo pela internet) e os videogames, com especial destaque aos eSports, também serão transformadas com o 5G”, completa Driesen.

Intensificar a segurança é preciso

O avanço da conectividade também traz riscos, como o aumento no número de ameaças. Para Diogo Barroso, CTO da Claranet, precisamos estar atentos às vulnerabilidades em toda a infraestrutura de telecomunicações, além da segurança e privacidade do usuário. “Ao mesmo tempo que a chegada do 5G nos proporciona muitas vantagens, ela levanta novas preocupações referentes à segurança, principalmente de endpoint. Mais dispositivos conectados implicam em maior superfície de ataque para os cibercriminosos”, explica.

Isso porque o 5G possibilita mais conexões, mais distantes e com maior largura de banda do que as gerações anteriores, além de aumentar a superfície de ataque, faz com que a estruturas de Data Centers e Backbones tenham que se adaptar à esta nova capacidade.

“As ameaças à segurança são desafiadoras e é preciso se preparar. A primeira recomendação é considerar com antecedência quais riscos à segurança a implementação do 5G pode representar. Uma opção é realizar uma avaliação de risco de segurança cibernética, que examina a governança, arquitetura, resiliência cibernética e cadeias de suprimentos. O resultado da análise pode ser usado para desenvolver medidas direcionadas sob medida para o contexto de aplicação específico”, explica.

Outra recomendação é sempre usar a arquitetura de confiança zero, em uma rede de confiança zero, os aplicativos e fluxos de dados são estritamente segmentados e acessíveis apenas à quem realmente interessa, utilizando-se MFA (Múltiplo Fator de Autenticação) que associam inteligência artificial para analisar possíveis desvios do comportamento, conclui o CTO.

A chegada efetiva do 5G não será imediata, mas devemos ficar atentos. No edital aprovado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), está previsto de estar operacional nas 26 capitais do Brasil e no Distrito Federal em julho de 2022. Para todas as cidades do Brasil com mais de 30 mil habitantes, o prazo é julho de 2029. Porém, esses prazos ainda precisam ser aprovados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), para que o leilão aconteça. A expectativa do governo federal é de que o leilão aconteça ainda no 1º semestre de 2021.

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