Um estudo realizado pela Eixo explora como o excesso de conexão e o bombardeio de informações estão contribuindo para uma crise de atenção e saúde mental
A Eixo, consultoria estratégica do grupo B&Partners, lança o estudo “A Influência da Hiperconectividade na Cultura do Trabalho” que aprofunda sobre os efeitos da hiperconectividade no ambiente de trabalho no Brasil. Com base em uma abordagem cultural e tecnológica, o estudo explora como a transformação digital está reformulando a relação do brasileiro com o trabalho.
O Brasil, com uma jornada média de trabalho de 44 horas semanais, excede a média global de 38,2 horas, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Em 2023, cerca de 46% dos rendimentos dos domicílios brasileiros vinham do trabalho. Contudo, o cenário é marcado pela desigualdade: o 1% mais rico do país possui uma renda média 39,2 vezes maior do que os 40% mais pobres.
A pesquisa analisa o impacto da cultura do privilégio e do “sabe com quem está falando?”, profundamente enraizada na sociedade brasileira. Essa herança, derivada de um passado aristocrático e escravocrata, contribui para a perpetuação de hierarquias baseadas em classe, raça, gênero e outros fatores.
Outro destaque do estudo é a relação entre conectividade constante e saúde mental. Dados da International Stress Management Association (ISMA-BR) apontam que o Brasil é o segundo país no mundo em trabalhadores com burnout. Além disso, a hiperconectividade contribui para a “cultura do sempre online”, levando a crises de atenção, infoxicação e ao fenômeno do “toque fantasma” em dispositivos.
O home office, intensificado pela pandemia, também foi analisado. Embora tenha se tornado uma alternativa viável para muitos, gerou percepções divididas entre empregadores e empregados sobre produtividade. Enquanto os trabalhadores destacam os benefícios da flexibilidade, as empresas questionam a eficácia do formato.
“Bem-estar, diversidade e inclusão não são modismos, mas pilares de um novo paradigma sociocultural. Quando tratados isoladamente, enfraquecem; quando integrados, constroem empresas mais justas, sustentáveis e resilientes. É hora de enxergar as pessoas como pessoas, e não como engrenagens de uma lógica de performance contínua que adoece trabalhadores e compromete o futuro do planeta.” afirma Julia Sobral, coCEO e sócia da Estúdio Eixo.
Na economia digital, a automação e a inteligência artificial estão redesenhando o mercado de trabalho, criando novas profissões e exigindo habilidades específicas. Exemplos práticos incluem o uso crescente de tecnologias como a telemedicina, já utilizada por 47% dos hospitais da América Latina para suporte a tratamentos. Embora a tecnologia traga avanços e oportunidades, também amplifica desafios sociais e laborais.
Confira detalhes do estudo aqui: https://www.eixo.co/estudo/hiperconectividade