O distanciamento social ampliou a conectividade do rádio com a internet, aumentando o tempo de acesso ao meio pela web e as interações nas redes sociais
Companheiro que atravessa gerações, o rádio é um dos meios que mais se reinventou nas últimas décadas e segue emplacando a sua relevância na conversa com as pessoas e com as marcas. 78% dos brasileiros, de 13 regiões metropolitanas pesquisadas, ouvem rádio. E não é pouco. Desses, 3 em cada 5 escutam rádio todos os dias e passam 4 horas e 41 minutos diariamente consumindo o meio. É o que mostra a nova edição do estudo Inside Radio 2020, realizado pela Kantar IBOPE Media.
O meio atinge os perfis mais variados, a média de consumo entre as faixas etárias é alta e demonstra a capacidade do rádio de conversar com audiências de diferentes devices. Acessado em diferentes locais e equipamentos, 78% ouvem rádio em casa, 18% no carro e 3% no trabalho. O destaque está entre os que têm entre 20 a 49 anos, entre eles 83% escutaram rádio nos últimos 30 dias.
O tradicional aparelho de rádio não saiu de moda, já que 81% consome o meio por aparelho radiofônico, que também inclui o rádio do carro, mas a disputa com as outras plataformas se acirra: 23% dos ouvintes escutam o rádio pelo celular, 3% pelo computador, e 4% em outros equipamentos. “O espaço que outros devices estão ganhando, como smarthphones, tablets, notebooks e smart tvs, demonstram o crescimento do acesso ao rádio na web. 9% da população ouviu o meio pela internet nos últimos 30 dias. Passaram 2 horas e 55 minutos ligados no rádio e esse tempo médio aumentou em 15 minutos em relação ao ano passado”, explica Adriana Favaro, diretora de Desenvolvimento de Negócios da Kantar IBOPE Media. “Entre os ouvintes, 16% escutam rádio quando acessam a internet. Quando observamos o perfil social de quem acessa o rádio online, se destacam as classes AB, 64%, e os mais jovens”, completa Adriana.
Hiperconetados e ligados no radinho
O estudo revela que o relacionamento do público de rádio com as redes sociais tem conquistado cada vez mais espaço e ampliado a interação com a programação. Ao longo do 1º semestre de 2020 foram publicados mais de 3,5 milhões de tweets sobre rádio. Dentre essas postagens, quase 650 mil são de autores únicos, com mais de 987 milhões de impressões, cerca de 10 milhões de likes e 1,2 milhões de replies. 24% desses tweets contém algum formato de mídia, entre eles estão: URL’s (39%), fotos (35%) e vídeos (23%).
“Essa interação do público de rádio nas redes sociais evidencia a necessidade dos rádios, das agências de publicidade e dos anunciantes em monitorar e entender a performance dos programas, o que se comenta sobre o meio nessas plataformas, além de quais programas mais engajam os ouvintes. Compreender essa repercussão é mais um caminho para saber o que o público quer, de fato, ouvir”, afirma Adriana ao explicar o Kantar Social Media, nova ferramenta da Kantar IBOPE Media que permite o monitoramento em tempo real todo universo de conteúdo relacionado as rádios nas redes sociais.
O consumo de rádio se destaca durante a pandemia
Ao observar o consumo de rádio durante a pandemia nota-se que as pessoas seguem ouvindo o meio na mesma intensidade e para alguns isso aumentou. 75% afirmam ouvir rádio com a mesma intensidade e 17% disseram que após o isolamento social passaram a ouvir muito mais. Esse período levou ao aumento expressivo na geração de conversas nas redes sociais. O volume de tweets foi 77% maior na segunda quinzena de março em relação ao começo do mês, início do distanciamento social.
Publicidade no rádio
O rádio apresentou no 1ª semestre de 2020 um total de mais de 5200 anunciantes, distribuídos em mais de 6200 marcas. Desses, 2700 anunciantes são exclusivos, veiculando publicidade somente no meio. Para marcas exclusivas, esse número chega a 3093. Foram 2232 novos anunciantes no meio durante o período, ou seja, que não haviam feito publicidade em rádio no 1ª semestre de 2019. Para novas marcas, esse número chega a 2924.
Entre os diferentes setores que anunciam no meio, se destacam: Serviços ao Consumidor (30,5%), Comércio (27,9%) e Financeiro & Securitário (9,3%) que, juntos, concentram mais de 2/3 do investimento (68%). Ao analisarmos as maiores categorias de anunciantes nas praças monitoradas, Super, Hipermercados e Atacadistas (10,8%), Ensino Escolar & Universitário (7,2%), e Serviços de Saúde (6%) se destacam, mostrando a força do meio para as estratégias de mídia em diferentes segmentos.