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“Tá Quente, Brasil!”: um país de contradições

– Foram mapeadas 6,5MM de menções e 6,7MM de perfis em redes sociais, além de mais de 300MM de buscas no Google

– Buscas no Google pela palavra “ansiedade” cresceram 71% nos últimos dois anos

– Conversas sobre questões raciais aumentaram 39% no último ano

A Timelens, consultoria de negócios baseada em dados e insights do ecossistema FutureBrand, lança o estudo “Tá Quente, Brasil!”, que identifica os movimentos que estão moldando a identidade do Brasil e dos brasileiros. A pesquisa, que partiu de múltiplas fontes de informação e mapeou cerca de 6,5MM de menções e 6,7MM de perfis em redes sociais, mais de 300MM de buscas no Google, além de aproximadamente de 500 sinais criativos – coletados a partir de análise qualitativa –, chegou à conclusão de que o Brasil é um país de contradições.

E, para Timelens, ter a capacidade de decodificar as tendências que de fato estão moldando o futuro do nosso País é determinante na tomada de decisões de negócios com foco no amanhã.

“A digitalização e as redes sociais têm nos ajudado a entender as mudanças do país, os interesses da população, a maneira como enxergam distintos cenários e, principalmente, a forma de consumir conteúdos e como influenciam as transformações na identidade brasileira. Compreender que o Brasil não tem um perfil definido e que mudanças constantes fazem parte do cenário é fundamental para planejar os próximos passos, identificar as oportunidades e as tendências que vão moldar comportamentos e gerar negócios”, avalia André Matias, CEO da Timelens.

O Brasil se movimenta

O estudo analisa, por exemplo, a relação com a felicidade. Em um movimento intitulado “Brasileiro, povo feliz x Brasileiro, povo triste”, Timelens questiona a fama de feliz do nosso povo: ao avaliar a satisfação dos brasileiros, as buscas no Google pela palavra “ansiedade” cresceram 71% nos últimos dois anos, com mais de 87 milhões de pesquisas. Além disso, buscas por “estresse”, “depressão” e “burnout” seguem acima dos níveis pré-pandêmicos no Brasil. E o hiperconsumo virou a válvula de escape para este estresse acumulado – vídeos de consumidores da Shein destacam o excesso e o volume das compras, e as buscas no Google por taxação da empresa cresceram 363%.

Alinhado ao movimento de inserção das minorias na cultura do país, a periferia também passou a ser reconhecida como um centro de criatividade e de tendências. A expressão “de cria” cresceu 217% nas buscas do Google nos dois últimos anos. Na moda e também na música, essa cultura também cresceu. Em 2022, por exemplo, Anitta atingiu o topo das músicas mais ouvidas no Spotify global com “Envolver”. Com isso, a representatividade digital dos diferentes grupos que formam o Brasil ganha destaque no estudo. Outro exemplo é a hashtag #indígena, que cresceu 108% em 2022 no Tik Tok. “Brasil, país de todos x Brasil, país de poucos” analisa estes movimentos e traz luz às oportunidades de negócios que podem surgir ao conhecer o que, de fato, ressoa no Brasil profundo.

Ainda sobre a cultura pop, o estudo revela que ela mudou inclusive o jeito de construir e de representar as famílias – assim como impactou também a forma como os brasileiros interpretam as religiões. Os estereótipos do evangélico tradicional foram modificados por um grupo cada vez mais plural. O uso de termos como “glória a Deus” e “tá repreendido” cresceram cerca de 37,8% nas conversas digitais, dialogando com o universo pop nacional. A análise revelou, inclusive, que a busca por louvores no Youtube cresceu nos últimos 10 anos em 254%. Um exemplo é Vitória Souza, jovem pastora de 17 anos, soma mais de 1MM de visualizações nas redes Tik Tok e Instagram, com vídeos que misturam religião às mensagens motivacionais do “discurso coach”.

Estas novas visões sobre estereótipos e tradições fazem parte do movimento “Brasil que reforça tradições x Brasil que rompe tradições”. “Percebemos, com o “Tá Quente, Brasil!”, que os estereótipos do campo seguiram a mesma tendência de desmistificação que vimos no campo religioso, por exemplo. O agro tornou-se atrativo e aspiracional, incentivado pelo agronejo e pela figura do agro jovem”, analisa Estela Brunhara, diretora de Pesquisa da Timelens.

Quando olha para a esfera digital, “Tá Quente, Brasil!” destaca que o País segue criando conteúdo e revelando tendências. O humor e o jeito brasileiro se destacam nas redes sociais e impulsionam as marcas a pensarem em novos formatos para agradar ao público. Os streamings e games, por sua vez, ganharam destaque no país e passaram a ser importantes canais de investimento para marcas que querem se conectar com os consumidores. E então, o “Brasil está off ou Brasil está On”?

“Diante da dualidade das opiniões dos brasileiros e das controvérsias nos posicionamentos nas redes sociais, um fator é determinante para o sucesso dos negócios: eles precisam se conectar verdadeiramente com o consumidor brasileiro. Nós precisamos nos reconhecer nos conteúdos e narrativas que são criados para gerar interesse e desejo. O ‘Tá Quente Brasil’ oferece inspirações e informações para apoiar as marcas nas estratégias de comunicação com os consumidores “, afirma Matias.

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