Após um ano convivendo com uma pandemia global, as marcas mais preparadas para o futuro são aquelas capazes de promover maior qualidade de vida e construir um amanhã melhor para todos
Desde o início da pandemia da Covid-19, muitas marcas que antes figuravam nos bastidores se tornaram familiares para consumidores de todo o mundo. Este movimento é ainda mais forte quando olhamos para os segmentos de tecnologia e saúde, com marcas que têm sido percebidas pelos consumidores como vitais para o futuro por trabalharem em prol da humanidade. A análise faz parte do FutureBrand Index, que chega a sua sétima edição em 2021, e conclui que as marcas que confiam na inovação para promover bem-estar individual e impulsionar mudanças positivas são percebidas como aquelas realmente preparadas para o futuro.
Para Jon Tipple, CSO global da FutureBrand, “a pesquisa deste ano revela uma expressiva mudança na atuação das grandes empresas e formatou a maneira como elas se comunicam. Afinal, em um ano de incertezas, não é surpresa que os negócios que desempenham papéis fundamentais para a vida humana reinaram supremos no FutureBrand Index 2021”. Por outro lado, as privações causadas pelos extensos períodos de quarentena foram determinantes na busca por bem-estar e auto indulgência – o que fez com que marcas de luxo como Apple (a única a se manter entre as cinco mais bem colocadas) e LVMH (que subiu 29 posições desde a última edição) apresentassem excelentes resultados.
A mudança de perspectiva foi decisiva para provocar grandes movimentações entre os primeiros da lista, na comparação com o ranking do ano passado. Para se juntar à Apple chegam ASML, Prosus NV, Danaher e Nextra Energy. “Conseguimos perceber o reflexo da pandemia no perfil do nosso Top 10. As marcas de consumo sofreram os impactos da mudança no comportamento do consumidor e foram ultrapassadas por gigantes B2B do segmento de tecnologia que aproveitaram a aceleração da transformação digital para crescer e ganhar relevância”, avalia André Matias, sócio e diretor da FutureBrand São Paulo. O movimento contrário pode ser observado em produtos e serviços muito dependentes do varejo físico, que sofreram no último ano: Walmart e McDonald’s, por exemplo, caíram 34 e 32 posições respectivamente.
No segmento de saúde, foi possível observar que as marcas continuaram a tendência de crescimento observada no FutureBrand Index 2020 e agora são percebidas como indispensáveis para as inovações futuras. A Pfizer, por exemplo, subiu 15 posições. O sucesso pode ser explicado pelo resultado do desenvolvimento de sua vacina e pela percepção global em torno da ideia de que as empresas farmacêuticas desempenham papel fundamental em garantir o futuro pós-pandêmico.
A pesquisa, realizada entre abril e maio de 2021, ouviu cerca de 3 mil executivos e gestores de todo o mundo, que analisaram profundamente as marcas e sua conexão com os diferentes públicos. O ponto de partida é o ranking da PwC “100 maiores empresas globais”, que categoriza as companhias de capital aberto por valor de mercado, reordenando suas posições de acordo com a percepção de marca.