Crescimento de 144% do EBITDA, com uma companhia cada vez menos dependente de despacho térmico
A estratégia da Eneva de ampliar receitas fixas e buscar menor dependência do despacho térmico apresentou resultados já no segundo trimestre deste ano, quando a companhia registrou EBITDA trimestral recorde de R$ 1,2 bilhão, um crescimento de 144% em relação ao mesmo período de 2022.
O resultado reflete principalmente o avanço nas exportações de energia para Argentina e Uruguai, que geraram EBITDA de R$ 198 milhões no segundo trimestre, contra R$ 114 milhões no mesmo período de 2022.
Mesmo em cenário de hidrologia favorável no período, a geração líquida de energia elétrica das usinas da Eneva alcançou 1.548 GWh no trimestre, sendo 838 GWh destinados à exportação. A demanda média total por importação de energia dos dois países foi de 1,4 GW médios por dia no trimestre.
As aquisições de Centrais Elétricas do Sergipe Participações (Celse) e Central Geradora Termelétrica Fortaleza (CGTF), no segundo semestre de 2022, também tiveram papel relevante no resultado – em conjunto, geraram EBITDA de R$ 575,3 milhões no trimestre. Os ativos também contribuíram para a receita operacional líquida da companhia, que alcançou R$ 2,5 bilhões de abril a junho, com alta de 87,1% na comparação com R$ 1,3 bilhão verificado do mesmo período de 2022.
O lucro líquido foi de R$ 372 milhões no segundo trimestre, com crescimento de 153% frente os R$ 147 milhões contabilizados no mesmo período do ano anterior. No acumulado do primeiro semestre, o lucro líquido subiu 79%, passando de R$ 332 milhões para R$ 595 milhões.
“O forte resultado do trimestre demonstra a resiliência do nosso negócio: mesmo no atual cenário de baixo despacho térmico, a diversificação das nossas fontes de receita nos levou a um resultado operacional recorde. Manteremos nosso foco em execução e entrega dos projetos contratados, sempre avaliando novas oportunidades de crescimento e diversificação, e dando prioridade à melhor alocação de recursos e disciplina de capital”, ressalta Marcelo Habibe, CFO da Eneva.
INVESTIMENTOS
No segundo trimestre, os investimentos da companhia totalizaram R$ 683 milhões, dos quais 61% foram destinados aos projetos em construção, tais como Complexo Azulão 950, UTE Parnaíba VI e as plantas de liquefação de gás no Maranhão.
A trajetória de desalavancagem da companhia continua. O índice, medido pela dívida líquida/EBITDA 12 meses, ficou em 4,26x ao final do 2T23, uma queda de aproximadamente 0,5x nos seis primeiros meses de 2023 e reforçando a disciplina financeira da Eneva.
GÁS NATURAL
No segundo trimestre deste ano, a produção de gás natural totalizou 0,30 bilhão de metros cúbicos (bcm), sendo 0,24 bcm no Complexo Parnaíba e 0,06 bcm na Bacia do Amazonas, no Campo de Azulão, para suprimento à UTE Jaguatirica II. O aumento do volume de gás produzido em relação ao 2T22 se deveu à maior geração de energia para exportação.
A Eneva encerrou o segundo trimestre com um total de reservas 2P de gás natural de 47,1 bcm. Desse volume, 32,7 bcm concentravam-se na Bacia do Parnaíba e 14,3 bcm na Bacia do Amazonas, no Campo do Azulão.
RENOVÁVEIS
O segmento de comercialização reportou EBITDA de R$ 74 milhões no trimestre, 18% acima do realizado no segundo trimestre de 2022, diante do fortalecimento da área após a incorporação da Focus Energia, com o crescimento da margem comercial e do portfólio de contratos de comercialização de energia e de clientes.
O período foi marcado ainda pelo início da operação comercial do Complexo Solar Futura 1, com capacidade instalada de 692,4 MWac, e pela celebração de parceria societária entre três SPEs do Complexo Solar Futura 1 e White Martins, garantindo PPA de R$ 2,3 bilhões (data base mar/2023), a ser recebido entre 2023 e 2035.
ESG
Após três anos publicando o Relatório de Sustentabilidade, a companhia divulgou pela primeira vez o Relato Integrado 2022, em junho de 2023. O documento traz uma visão ampla e integrada do modelo de negócios e uma visão ao longo do tempo em critérios financeiros e de sustentabilidade.
“Os critérios ESG norteiam todas as nossas atividades, que se pautam pela total transparência e interlocução com as comunidades locais onde operamos, bem como toda a sociedade. Essas premissas são fundamentais para a nossa estratégia de crescimento”, destacou Habibe.
Diante disso, os principais destaques nesse campo no período foram:
- Em maio, foi lançada a 2ª fase do Projeto Aprender, em parceria com a ONG LabEdu e as secretarias de educação estadual e municipais do Maranhão, voltado a proporcionar melhores condições de aprendizagem às crianças da região;
- Em julho de 2023 foi lançado junto ao BNDES o edital do Programa Floresta Viva, iniciativa direcionada a investir na restauração ecológica dos biomas brasileiros. Por meio do Programa em modelo Matchfunding, a Eneva aportará R$ 5 milhões, a fim de incentivar os projetos de conservação do bioma amazônico;
- No período também foram registrados avanços na 3ª fase do Programa Reflorestar, com o reflorestamento de cerca de 33 hectares de mudas nativas, de um total de 65 hectares previstos nas Reservas Legais, no Maranhão.