A compra da startup pela Intelipost mostra mais um caso de retornos significativos realizados por investidores de startups via equity crowdfunding
A compra da Pegaki, startup de pontos de retirada e coleta, pela Intelipost é o segundo caso de saída da EqSeed e o primeiro de 2021, a maior plataforma de equity crowdfunding do Brasil. Esse é o segundo caso de “exit” (ou “saída”) de uma startup que captou na plataforma e gerou retornos significativos para os investidores. É o mais novo exemplo brasileiro de que aportar em startups é uma das alternativas do mercado financeiro para se obter retornos múltiplos do valor investido.
Segundo Brian Begnoche, sócio-fundador da EqSeed, esse segundo caso de “exit” marca o início de um novo período para o mercado de equity crowdfunding brasileiro e para o ativo de investimentos em startups. “Estamos vendo os primeiros casos de startups que passam o ciclo inteiro, desde sua primeira captação na EqSeed até o ‘exit’. Esses casos comprovam que investimentos em startups podem de fato gerar retornos significativos em poucos anos, e validam os investimentos em startups como ativo consolidado, procurado por cada vez mais investidores para incluir nas suas carteiras,” comenta.
De fato, o mercado de equity crowdfunding está posicionado para crescer muito em 2021. No ano passado, a CVM sugeriu aumentar os limites desse mercado por meio de audiência pública, com as modificações finais previstas a serem publicadas ainda no primeiro semestre deste ano. “A sugestão era de aumentar o limite de captação anual por empresa de de R$5M para R$10M, mas esse número pode ser até maior. Também há outras modificações que vão abrir bastante o mercado, permitindo cada vez mais empreendedores alavancar esse modelo para abastecer o crescimento das suas empresas,” diz Begnoche.
No caso da Pegaki, outra coisa que surpreendeu os investidores foi quão rápido esse retorno aconteceu dentro do contexto de startups. O primeiro caso de “exit” da EqSeed foi a fintech DinDin, comprada pelo Bradesco em 2020, apenas 2 anos após sua captação na EqSeed. Já a Pegaki abasteceu seu crescimento via duas captações na EqSeed, em 2017 e 2018, dando retorno para investidores após 2-3 anos. “Startups são investimentos de longo prazo e, em geral, investidores não esperam ver retornos antes de pelo menos 4 anos. A rapidez com que os investidores receberam seus retornos nesses dois casos mostra o apetite forte que as empresas maiores tem para fazer aquisições estratégicas, e foi uma surpresa excelente tanto para investidores quanto para os fundadores,” diz Begnoche.
A felicidade é compartilhada por João Cristofolini, sócio-fundador da Pegaki, que já tem seis livros de negócios publicados e aos 30 anos realiza a venda de sua segunda empresa. Para ele, o caminho de um fundador é gratificante porém desafiador. “Começamos a Pegaki em 2016 para resolver ineficiências dos Correios, mas a visão é só o início. Tem que validar o modelo, motivar pessoas, vender e, lógico, captar recursos financeiros para executar o plano e tornar a visão uma realidade. Nesse sentido, a EqSeed foi indispensável na história de sucesso da Pegaki,” comenta Cristofolini.
De fato, a história da Pegaki provavelmente seria bastante diferente se não fosse a EqSeed. Após passar pela aceleradora Cotidiano, a Pegaki foi para o mercado buscar sua primeira rodada de investimento, e se enfrentou com dificuldades e ineficiências. “São muitas conversas com pouco resultado concreto. Antes da primeira rodada via Eqseed, passamos seis meses tentando captar com um investidor anjo único, que acabou cancelando o investimento depois de todo esse tempo de negociação. Isso exige muito tempo e trabalho, que acaba tirando o foco do empreendedor,” lembra Cristofolini. Ele buscou alternativas ao processo lento de captação tradicional e descobriu a EqSeed. “A estrutura de investimento e os processos da EqSeed são muito bem pensados e profissionais. Decidimos alavancar essa inovação para não perder mais tempo na negociação da captação e impulsionar logo o crescimento da Pegaki,” diz Cristofolini.
Deu certo. A Pegaki quebrou recordes da época, completando sua primeira rodada em apenas 9 dias. Após um ano de crescimento, voltou a captar uma segunda rodada maior com a EqSeed. Agora, a Pegaki completa o ciclo de uma startup de sucesso, conseguindo negociar a venda para a Intelipost, gerando retornos para todos envolvidos ao longo da história.
“Essas são as primeiras de várias aquisições de empresas que captam via EqSeed, e comprovam que a empresa pode ter centenas de investidores e ser adquirida por empresas maiores, com exigências altas de diligência e compliance,” comenta Begnoche. “Uma das raisons d’être da EqSeed é de apoiar empreendedores e capacitá-los a implementar suas visões. É por isso que estamos muito orgulhosos de fazer parte fundamental da história de sucesso da Pegaki. Apoiar esses excelentes empreendedores desde o início até o ‘exit’ traz muita satisfação,” completa.
Para Cristofolini, a venda para Intelipost marca o fim de uma jornada enriquecedora passada tanto pela equipe da Pegaki quanto por seus investidores e o início de uma nova etapa para os empreendedores junto à Intelipost. “Eu e meus sócios começamos com uma visão e muita ambição. Chegar nesse ponto é incrível. Os investidores da EqSeed acreditaram na Pegaki desde o início e não teríamos chegado a esse ‘exit’ sem seu apoio – tanto em dinheiro, quanto em forma de conselho. Agora seguimos um grande plano de crescimento junto à Intelipost,” completa Cristofolini.
Com a venda da Pegaki, os sócios fundadores seguem na empresa, que está com um plano agressivo de crescimento. Agora, o objetivo é expandir a equipe para mais de 150 pessoas e acelerar a expansão da rede de pontos para 20 mil. O desenvolvimento de tecnologia ainda é a prioridade da empresa, para solucionar gargalos logísticos no País e trazer soluções com agilidade e custos reduzidos.