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Serviços de streaming são reconhecidos como os mais inclusivos, com aumento de programas voltados à comunidade, apesar da base de dados da Nielsen – com 817 mil conteúdos, mostrar que apenas mil títulos apresentam temas da comunidade.

Estudo sinaliza que marcas precisam de meios certos para gerar conexão na comunidade, que passa em média 3 horas por semana acompanhando influenciadores. 82% dos membros acreditam que eles geram impacto.

Levantamento aponta que 61% do público se sente um pouco mais incluído em conteúdos e propagandas, mas apenas 33% acreditam que a inclusão vai melhorar no futuro.

A Nielsen, líder global em medição de audiência, dados e análises, apresenta neste mês dados inéditos da pesquisa “Comunidade LGBT+: o que está em foco?”. Em sua segunda edição, o estudo – apresentado em webinar no Mês do Orgulho, tem como objetivo estimular a diversidade, apontando a situação atual e próximos passos rumo à inclusão, além de revelar hábitos de consumo de mídia da comunidade e da população em geral. Por meio de insights exclusivos, retrata as tendências deste grupo em diversas frentes, o que permite orientar as estratégias de mercado das empresas e influenciadores no sentido de fomentar uma sociedade mais inclusiva e representativa.

“O nível de confiança no futuro da comunidade não ser alto é emblemático. Precisamos fugir de campanhas pontuais, pois a inclusão acontecerá de verdade quando as empresas distribuírem este tema em todos os dias do ano e em todas as áreas, não apenas na parte criativa de como uma marca se comunica com a audiência”, contextualiza Sabrina Balhes, Líder de Measurement da Nielsen Brasil.

Realizado entre os dias 3 de fevereiro e 10 de abril deste ano, com uso de questionário online para 602 pessoas de todo o país, sendo 50% dos entrevistados membros da comunidade LGBT+, o levantamento analisou influenciadores, serviços de streaming, redes sociais, mídia, entre outros segmentos. Além disso, a pesquisa divulgou os comportamentos de consumo, presença no ambiente online e opinião sobre representatividade em propagandas, fazendo um comparativo entre a comunidade e a população em geral.

Para Nate Cavalcanti, editor de Diversidade, Equidade e Inclusão e líder do grupo de Pride da Nielsen Brasil, a comunidade LGBT+ deve ser lembrada e respeitada ao longo de todo o ano. “Para nos sentirmos representados, é necessário mais do que uma propaganda no mês de junho. Precisamos de ação estrutural e representatividade que realmente tenha um impacto social positivo para as pessoas da comunidade. Queremos ter empregos, oportunidades e que nossas identidades sejam respeitadas no local de trabalho.”

Confira abaixo os destaques da nova leva de dados inéditos da pesquisa:

Influenciadores vistos como a principal conexão da comunidade com marcas

O fenômeno do mercado de influência, que cada vez ganha mais força, é ainda mais presente na comunidade LGBT+. Seus membros passam em média 3 horas por semana acompanhando influenciadores e 82% consideram que a opinião deles gera impacto para marcas e produtos. A atuação dos influencers também foi mencionada como o tipo de publicidade mais inclusiva, com 33% da preferência. Segundo o levantamento, o diferencial dos influenciadores é o compromisso social e a plataforma para começar a conexão com eles é o Instagram.

Plataformas de streaming são percebidas como as mais diversas e inclusivas

Os serviços de streaming são considerados o tipo de mídia mais inclusivo e diverso, com um recente aumento no número de conteúdos direcionados para comunidade LGBT+. Filmes assistidos em streaming foram apontados como muito inclusivos para 40%, enquanto 14% pensam o contrário. Este grupo consome, em média, 10 horas por semana destes conteúdos, revelando o alto consumo da comunidade por estes serviços. Apesar dos avanços na inclusão, a base de dados da Nielsen mostra que apenas mil entre 817 mil títulos possuem temas relacionados à comunidade.

Pessoas não-binárias e transgêneros consideram-se as menos presentes em publicidade

Pessoas transgênero e não-binárias são as identidades que a comunidade acredita que são as menos incluídas em publicidade e conteúdo veiculado em diferentes mídias (TV, plataforma de streaming, rádio), sendo que 50% avalia a publicidade como nada inclusiva para as pessoas transgênero e 52% para não-binários. Em contraste, apenas 15% da comunidade pensa o oposto. Além disso, 53% da população em geral não se comove com a forma com que o público LGBT+ é abordado nos anúncios.

Comunidade acredita que a mensagem transmitida pela publicidade é mais relevante que o produto

A falta de inclusão em publicidade de marcas leva a comunidade a se apegar menos ao produto e mais à mensagem. De acordo com o levantamento, os consumidores acreditam três vezes mais que a população em geral nesta premissa (22% contra 7%). Enquanto 64% da população em geral acha que o produto e a mensagem foram relevantes, apenas 49% do público LGBT+ pensa da mesma forma. Os dados expõem também que 50% dos entrevistados da comunidade estão incertos sobre serem inseridos no futuro em propagandas e conteúdos de marca, apesar de 61% terem respondido que se sentem um pouco mais incluídos.

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