Estudo busca evidenciar as barreiras do mercado formal de trabalho para profissionais 50+ e aponta que 9 em cada 10 Maturis estão em busca de recolocação
A população 50+ é a que mais cresce no Brasil, para a criação de uma nova compreensão de uma nova perspectiva mais inclusiva e estratégica por parte de empresas e governos, a Maturi, startup especializada no mercado de trabalho 50+, em parceria com com a EY Brasil, líder em consultoria e auditoria, realiza estudo inédito sobre a percepção de profissionais 50+ sobre o mercado de trabalho e sobre si mesmos.
“É muito importante que as organizações compreendam a relevância do assunto em termos de ganhos competitivos frente a um país que envelhece. As pessoas 50+ do estudo possuem alta escolaridade e necessidade de reingresso no mercado formal, por quê desperdiçar esses talentos?”, declara Raquel Thomazi, gerente de People Advisory Services da EY.
4.840 pessoas cadastradas na base da Maturi foram entrevistadas. Com base nessas respostas e informações da pesquisa feita em 2022 com a participação de 191 empresas de diversos portes que atuam em 13 setores diferentes, foi produzido um estudo que buscou evidenciar as barreiras do mercado formal de trabalho para Maturis.
O material, divulgado na 6ª edição do MaturiFest, maior festival de empreendedorismo e mercado de trabalho 50+, mostra ainda que há uma lacuna crescente entre a necessidade de recolocação e o apetite das organizações em recolocar 50+.
De um lado, os entrevistados ressaltam que a postergação da aposentadoria é inevitável, 9 em cada 10 Maturis estão buscando recolocação. Além de possuir um alto nível educacional, esses profissionais têm buscado atualização, 89% fez algum curso nos últimos anos. 80% dos entrevistados sentem-se preparados para o mercado de trabalho.
De outro, as vagas abertas para esse público caíram 53% quando comparadas com o ano anterior (base – julho de 2022 à julho de 2023). O setor que prevalece interessado em ter colaboradores 50+ é o de serviços. No entanto, 33% das empresas desse setor têm apenas 5% ou menos de colaboradores 50+. Cerca de 60% das empresas afirmam que têm dificuldade em contratar pessoas com mais de 50 anos, mas 91% acreditam que os profissionais nessa faixa etária têm dificuldade em ser contratados.
Depois de um ano da última pesquisa, foi constatado que as empresas não evoluíram em relação ao tema do envelhecimento. Apesar da maioria (61%) do estudo de 2022 alegarem que o DEI é uma pauta na organização com ações em andamento e a serem iniciadas, para 42% o tema ainda não é prioritário para a estratégia do negócio. “Enquanto o tema for abordado como um posicionamento de marca, dificilmente haverá uma transformação genuína na sociedade. Porém nós entendemos que esse esforço não pode caminhar sozinho pelo setor privado, é necessário que o governo e a sociedade estejam na mesma direção”, comenta Mórris Litvak, CEO e fundador da Maturi.
O que pode ser feito
O estudo conclui que há muito trabalho a ser feito em todas as pontas, os profissionais maduros devem ficar atentos às vagas afirmativas, principalmente nos setores de Saúde e Serviços. Buscar atualizações e não se prender às experiências do passado, pois as empresas estão mais abertas em níveis hierárquicos menores.
Já as empresas precisam abrir vagas para pessoas 50+, realizar levantamento de dados para saber se os 50+ estão chegando em suas shortlists ou se candidatando de forma orgânica em suas vagas abertas, promover ações internas de combate ao etarismo, investir no desenvolvimento desses profissionais, e oferecer programa voluntário de preparação para aposentadoria.