Por mais que o mercado digital seja dito como um meio igualitário em possibilidade de crescimento, pois é quase sem barreiras, o estudo “Machismo, Sexismo & Equidade no Marketing de Influência” revelou a desigualdade entre homens e mulheres que, mesmo em categorias historicamente associadas ao universo feminino, como moda e beleza, criadores de conteúdo de gênero masculino recebem mais.
A pesquisa foi realizada pela Squid, empresa especializada em marketing de influência e parceria com a YOUPIX, consultoria de negócios para a Influence Economy, e que mostra que, em todos os tipos de conteúdos feitos por influenciadores, o homem ganha, em média, 20,8% a mais que as mulheres. Esse é o primeiro estudo especificamente sobre esse tema no Brasil e teve participação de mais de 2800 influenciadores de diversas categorias e regiões do país.
“Quando decidimos fazer a pesquisa, cheguei a acreditar que por estarmos num cenário menos conservador, que o valor do conteúdo da mulher já seria mais reconhecido. Realmente não acreditava que o comportamento e a discrepância financeira seria tão próxima dos mercados convencionais. O que, pelo menos, agora nos dá mais clareza para agirmos com o objetivo de mitigar essa diferenciação que não é só salarial, mas cultural. diz Isabela Ventura, CEO da Squid.
As categorias que mostram maior discrepância nos valores pagos aos influenciadores homens e mulheres são de cultura nerd/geek e tecnologia. Os criadores de conteúdo do gênero masculino recebem, em média, o dobro do que as influenciadoras. No entanto, existem alguns pouquíssimos segmentos em que as mulheres se destacam, como saúde e medicina. Nesses casos, as creators recebem, em média, 123% mais que os homens.
Quando analisamos o recorte geograficamente, as mulheres ganham mais no Norte e Nordeste, enquanto que os homens ganham mais em todas as demais regiões. A maior discrepância ocorre no Sudeste, no qual os homens ganham, em média, 33,4% a mais que as mulheres.
“Essa pesquisa traz informações que mudam a forma como analisamos as campanhas e provavelmente impactará a forma como as criadoras e os criadores de conteúdo produzem suas criações, que é a base do mercado de influência. Levantar informações e estimular a produção do conhecimento é um passo para mudar os rumos da área, o segundo passo é juntes co-criamos soluções para sermos um mercado cada vez mais igualitário e consciente, colaborando também para a evolução do coletivo em que nos inserimos”, finaliza Isabela.
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