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Apesar da liderança do Mercado Livre e B2W, o mercado brasileiro apresenta grande fragmentação do setor, com destaque para o investimento feito pela Amazon no Brasil. Resultado indica forte tendência ao crescimento do setor nos próximos cinco anos

Nos últimos anos o mercado de comércio eletrônico tem sido impulsionado pelos marketplaces, lojas virtuais que fazem a intermediação da compra entre o consumidor e o vendedor. Este modelo de intermediação de vendas online tem ajudado o mercado de e-commerce a manter os altos índices de crescimento, e para entender o comportamento da indústria no setor, a Enext, empresa focada em soluções para negócios digitais, realizou a 1º edição do estudo “O comportamento da Indústria nos Marketplaces Online Brasileiros”. A pesquisa foi realizada entre os dias 28 e 31 de janeiro de 2020.

O segmento de moda, esportes e acessórios teve a maior representatividade, com 23% das respostas, seguido pelo setor de serviços (que contempla serviços financeiros, viagens, entre outros ) com 18%. Em terceiro lugar, com 15%, houve um empate entre os setores de alimentos & bebidas e eletroeletrônicos & telefonia. Também tiveram relevância no estudo as empresas das áreas de beleza & saúde, com 10% das respostas, e materiais de construção, com 5% dos respondentes. Outros setores que apareceram na pesquisa foram os de móveis & acessórios, automotivo, químico, livros e brinquedos. 

Quando perguntadas sobre quais marketplaces costumam utilizar para a venda de seus produtos, o Mercado Livre e a B2W apareceram como os principais players, com 68% e 60% das respostas, respectivamente. Nomes de grande relevância no mercado, como Magazine Luiza, Via Varejo e Amazon, apareceram logo em seguida, todos com 44% das respostas.

De acordo com Gabriel Lima, CEO da Enext, estes números mostram a grande fragmentação do setor no mercado nacional, pois as empresas acabam comercializando através de diversos marketplaces, diferente do que ocorre em mercados mais desenvolvidos como os Estados Unidos e a China, onde a Amazon e Alibaba detêm quase que a totalidade do mercado, respectivamente:

“No entanto, podemos perceber o resultado do investimento que a Amazon tem feito no Brasil, pois em pouco tempo conseguiu uma grande relevância e já tem o trafego de seu website superior a grandes varejistas”, afirma.  

Ao analisar o estudo, Gabriel destaca ainda que há muito espaço para as empresas comercializarem seus produtos por meio destas plataformas, pois quando perguntadas se atualmente estão vendendo seus produtos em marketplaces, 45% afirmaram que ainda não utilizam o canal online para vendas: “Este número pode ser considerado bastante elevado, visto que a presença online das categorias e dos segmentos analisados já possuem vendas online quase em sua totalidade”, avalia.

Ao buscar entender os motivos pelos quais as empresas ainda não comercializam por meio de marketplaces, 38,9% afirmaram não ter conhecimento ou recursos disponíveis. Já as questões de ser irrelevante para o mercado, assim como o problema de conflito de canal, aparecem em segundo lugar, com 1/3 dos motivos pelos quais não são feitas vendas, deixando o quesito margem de vendas em último lugar, com pouco mais de 20% das respostas.

Apesar de ver os marketplaces como concorrentes, empresas reconhecem a importância dos players para os seus negócios

A maior parte das empresas que vendem por meio de marketplace preferem fazer de forma direta. 87% responderam que elas mesmas vendem e operam o relacionamento com o cliente:

“Essa prática é feita pela maioria tanto para capturar as margens dos intermediários, eliminando os processos de distribuição, quanto para ter um relacionamento mais próximo com o seu consumidor, buscando entender o seu comportamento com uma quantidade e qualidade maior de informações e atendê-los com melhor nível de qualidade de acordo com as características de sua marca e posicionamento”, ressalta Gabriel. 

Com relação à competição, 72,5% das empresas entendem que há uma concorrência entre os mesmos produtos por parte de elos diferentes da cadeia dentro de um mesmo marketplace, mas 80% delas acreditam que o canal se tornará um modelo relevante de negócios nos próximos cinco anos, sendo que mais da metade acredita que mais de 25% das buscas aconteceram por meio desse canal, enquanto mais de 1/3 acredita que 40% ou mais das buscas virão dos marketplaces:

“As empresas mostram que acreditam muito no potencial do canal e que o comportamento de busca do consumidor, amparado pelo potencial futuro de buscas dos produtos diretamente através dos Marketplaces, deve crescer de forma consistente nos próximos anos, assim como a relevância e importância do negócio”, avalia Gabriel, ao afirmar que o estudo realizado pela Enext mostra que o Marketplace, efetivamente, já é uma realidade para as empresas, mas que existe uma oportunidade latente:

“Muitos players não estão comercializando seus produtos no canal, e os que estão ainda têm um grande desafio para potencializar a adoção”, conclui. 

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