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Movimento nacional Em Desconstrução inicia a terceira e última onda. Desta vez, Fabiano Augusto, Jonathan Azevedo, Nando Cunha, Suzy Brasil, Tico Santa Cruz e Mahmoud Baydoun se posicionam publicamente contra o machismo

  •         O ano 2019 registrou o maior número de vítimas de violência sexual dos últimos 12 anos, segundo o 13ª Anuário Brasileiro de Segurança Pública. A maioria das vítimas (53,8%) foram meninas de até 13 anos.
  •         O Brasil ocupa a posição 149 de 188 países no ranking representatividade feminina na política. No congresso brasileiro, apenas 15% dos representantes são mulheres (Mapa Mulheres na Política, ONU, 2019)
  •         Mais de 1200 mulheres foram mortas em 2019 – aumento de 4% no número de feminicídio em relação ao ano anterior (13ª Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 2019).
  •         Há 536 casos de violência contra as mulheres por hora no Brasil segundo o estudo realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2019).
  •         Aumento de 22% nos registros de casos de feminicídio no Brasil durante a pandemia do Covid-19 (Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2020).
  •         O Brasil é quarto país do mundo no ranking de casamento infantil de meninas (Tirando o Véu – Estudo sobre o casamento infantil no Brasil, 2019).
  •         Mulheres brasileiras ganham cerca de 20,5% a menos que os homens (Pnad Contínua, 2018).
  •         Mulheres gastam 95% a mais de tempo com afazeres domésticos do que os homens (Dieese, 2019).

Neste sábado (22/08), o movimento nacional Em Desconstrução inicia a terceira e última onda da sua primeira fase, voltando o foco para outro tema polêmico: o machismo.

Ao lado de outros influenciadores que participaram anteriormente do projeto, desta vez, os atores Fabiano Augusto, Jonathan Azevedo e Nando Cunha; o cantor Tico Santa Cruz; a personagem Suzy Brasil, interpretada por Marcelo Souza; e o sexólogo Mahmoud Baydoun irão se declarar machistas Em Desconstrução. A intenção da iniciativa é trazer à consciência o preconceito estrutural, gerar a discussão e promover mudanças no dia a dia de cada pessoa que se sentir sensibilizada com o convite.

Além do racismo e da LGBTfobia, o machismo também é um tipo de preconceito. Neste caso, expresso por opiniões e atitudes opostas à igualdade de direitos entre os gêneros, favorecendo masculino em detrimento do feminino. Pode ser traduzido como a opressão, de diversas formas, das mulheres.

Não faltam motivos para discutir esse tema. O machismo e o excesso de tarefas domésticas refletem na dificuldade de ascensão das mulheres no mercado de trabalho. De acordo com o IBGE, elas são minoria em cargos de chefia. Em 2016, a porcentagem de mulheres em cargos gerenciais era de 37,8%. Segundo a American Psychological Association, a masculinidade tóxica tolera e até promove a agressividade – inclusive em relação à mulher –, os comportamentos de risco (uso de drogas, promiscuidade) e a resistência a procurar tratamento de saúde mental quando necessário, além de coisas ainda mais graves, como perpetuação ao encorajamento de estupro, homofobia, misoginia e racismo.

Quando é feito um recorte de mulheres negras, a violência e desigualdade de acesso à educação e mercado de trabalho se somam ao racismo e ficam ainda maiores. De acordo com o 13ª Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 61% das vítimas de feminicídio são mulheres negras. Nos casos de violência sexual, elas também são maioria das vítimas (50,9%).

“A ideia é expor preconceitos estruturais, que residem em cada um de nós, pois todos temos um pouco ou muitos conceitos pré-concebidos na construção do nosso caráter, isso, em função do meio em que fomos criados”, explica o idealizador da iniciativa, Marcos Guimarães, sócio-diretor da Designorama.

Composto por podcasts, lives, vídeos e posts para mídias sociais, o movimento “Em Desconstrução” compreende três ondas (fases), com as personalidades falando na primeira pessoa, como uma espécie de confissão, um desabafo num grupo de apoio. “O diferencial é não apontar o dedo para ninguém, senão para nós mesmos. Nosso objetivo é transpor a atitude defensiva que as pessoas têm diante do tema. Desde as que tem 1% de preconceito até as que tem 99%, ainda por dissipar”, completa Guimarães.

Para dar apoio ao projeto, instituições sem fins lucrativos que combatem os preconceitos abordados pelo movimento Em Desconstrução – como Educafro e Casinha Acolhida – estão oferecendo orientação consultiva. O site da campanha conta, ainda com informações sobre essas instituições e a melhor maneira de apoiá-los. Além disso, há uma área em que pessoas anônimas poderão contar histórias que elas têm relacionada aos temas.

“O movimento Em Desconstrução representa uma oportunidade de conscientização, diálogo e de aprendizado. Com certeza, durante o processo, nós também aprenderemos muito. Por isso, estamos abertos a novas ideias e queremos que todos se sintam confortáveis a colaborar”, finaliza Guimarães.

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