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Por Alexandre Sampaio – Presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA)

O calendário brasileiro contabiliza, há quase um ano, a chegada da Covid-19 em seu território verde e amarelo. Desde março do ano passado, a luta contra esse inimigo invisível é constante e intensa. Dentro da área econômica, muitos setores sofreram com a infecção viral, contudo, o início de 2021 trouxe boas notícias para a possibilidade de um recomeço.

Ainda que a retomada seja lenta, o volume de receitas do segmento de serviços trouxe resultados positivos: houve o crescimento de 2,6% na comparação entre os meses de outubro e novembro de 2020.

As informações foram divulgadas no dia 13 de janeiro deste ano, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), por meio da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS). Após uma retração de 19% entre março e maio do ano passado, o segmento comemora o sexto mês consecutivo de um avanço no volume de receitas.

No que diz respeito ao turismo, ainda há um longo caminho para se percorrer. Não é de hoje que os dados apontam que o setor é o mais afetado dentro da crise provocada pelo coronavírus. Apesar de contabilizar, igualmente, esse crescimento de receitas ao longo dos últimos meses, ainda nos encontramos 30% abaixo do nível verificado antes da pandemia.

Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), acumulamos um déficit de R$ 261,30 bilhões desde março, sendo o equivalente a quatro meses de faturamento do segmento. Hoje em dia, estamos operando com 42% da capacidade mensal de geração de receitas. Isso desencadeou a perda de 437,9 mil postos formais de trabalho. Sem dúvidas, é uma tragédia que buscamos reverter.

Apesar dos percentuais negativos, o trade recebeu uma boa notícia recentemente. Na última quinta-feira (14), foi disponibilizado um investimento de R$ 8,3 milhões para 16 estados e o Distrito Federal. A iniciativa partiu do Ministério do Turismo que, com a medida, busca apoiar a reconstrução de campanhas promocionais, tanto de rotas turísticas quanto de produtos regionais, com foco no turismo interno e de curta distância – que tende a ser uma das tendências mundiais para os próximos anos.

O apoio financeiro não isenta a necessidade de manter as regras de biossegurança para garantir a proteção dos turistas e, claro, dos trabalhadores do segmento. Na verdade, apenas reforça a importância de manter os protocolos em dia para que continuemos as nossas atividades de forma segura e responsável.

É válido ressaltar que a retomada de grande parte dos negócios turísticos ainda depende de alguns pontos específicos que devem ser discutidos pelo governo o quanto antes. Para esse primeiro trimestre, por exemplo, é fundamental que haja a postergação do Programa de Refinanciamento de Dívidas (REFIS), que voltaram a ser cobrados.

Além disso, ainda aguardamos a prorrogação da Lei nº 14.046, responsável por assegurar aos consumidores a remarcação das reservas de serviços de turismo e de eventos devido à pandemia da Covid-19.

Temos expectativas de que dias melhores virão. Entre altos e baixos, estamos sobrevivendo. O ano de 2020 foi peculiar para nós. O segmento que, em 2018, respondeu por 8,1% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, sendo o equivalente a US$ 152,5 bilhões, sofreu um tsunami inesperado com a pandemia.

Tivemos demissões em grande escala e que impactaram significativamente o nosso segmento. Entretanto, não podemos ignorar o fato de que a situação poderia ter sido pior. Devemos ser gratos ao que conseguimos manter, pois a luta não foi – e continua não sendo – fácil.

Texto retirado (https://sretradeshow.com.br/o-ano-de-2021-traz-a-expectativa-de-um-recomeco/)

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