Ludmilla, Djonga, Mc Dricka e L7NNON participam da campanha “Abra Seus Ouvidos” com depoimentos emocionantes
Não haveria música sem a influência da cultura preta. No entanto, assim como acontece em outras searas, essa contribuição está longe de receber o reconhecimento adequado. Aliás, ao contrário: dia após dia, nós somos lembrados do quanto o histórico de racismo e desigualdade social criou abismos e subjugou durante anos a cultura preta. O Spotify, maior serviço de assinatura de streaming de áudio do mundo, tem como principal missão impulsionar o crescimento da indústria e apoiar todas as manifestações culturais. Pensando nisso, criou a campanha “ Abra Seus Ouvidos” e convida as pessoas a escutarem o que as vozes pretas têm a dizer.
Com participação de Ludmilla, Djonga, MC Dricka e L7NNON, a iniciativa apresenta relatos que ilustram a extensão desse preconceito na construção da indústria cultural. A partir das experiências pessoais dos convidados, a campanha questiona: “Você me ouve. Mas você me escuta?”. Essa indagação é o fio condutor do filme oficial da campanha, que conta com a voz da cantora LUDMILLA, declamando um poema da Kimani, a poeta de slam do Grajaú.
“Tem bastante vozes pretas que abrem meus ouvidos. A primeira delas é um ícone pra mim, que é a Beyoncé. Eu amo tudo o que ela representa. A força que vem dela me dá mais coragem pra viver, sabe? A Rihanna também. Tudo que ela fez com a vida dela me inspira demais. Eu também amo escutar a IZA. A postura dela, o jeito dela, a voz da IZA, as músicas que ela canta, as letras, eu curto demais. Eu ficaria aqui o dia todo falando”, explica Ludmilla em um dos áudios da campanha.
“Escutar a voz dos pretos muda a realidade objetiva. A primeira coisa que muda é no bolso de quem está sendo escutado. E subjetivamente, muda para quem está ouvindo. Se essa pessoa é preta, ela vai se identificar e falar que existe alguém igual. E se essa pessoa não for preta, talvez ela passe a compreender um pouco as questões que devem ser compreendidas para o mundo ficar um pouquinho diferente”, diz Djonga em um dos vídeos da campanha.
“Se eu fosse fazer uma homenagem, faria para a Rihanna e para a Beyoncé. Elas fizeram eu quebrar muitas barreiras. Antes eu não conseguia me aceitar. Através delas, eu consegui enxergar isso, porque elas são negras, pretas, lindas, e eu falei que também podia ser assim”, adiciona MC Dricka.
“Sempre eu vejo muita gente falar isso: ‘ah, o L7 é branco’. Eu me vejo como uma pessoa preta, sim. Tenho sempre que provar que o carro que eu tenho é meu, que o dinheiro que está no meu bolso é meu, que o cordão que eu tenho fui eu que comprei, mas obviamente eu me coloco no meu lugar de passar por situações muito menos constrangedoras que uma pessoa de pele mais escura passa”, finaliza L7NNON.
O Spotify está usando o poder de sua plataforma para apoiar os criadores negros, amplificar suas vozes e acelerar conversas significativas. Como parte da campanha, o Spotify também lança hoje a enhanced playlist “ Abra Seus Ouvidos” – que contará com vídeos e áudios exclusivos dos artistas que participam da campanha, compartilhando suas próprias perspectivas e experiências em como é ser um artista negro, além de revelar quais são os outros artistas que influenciam a arte e a obra produzida por eles até hoje.
A campanha “Abra seus ouvidos” corrobora um trabalho constante do Spotify para apoiar artistas e criadores na luta contra o racismo, a injustiça e a desigualdade, além de amplificar vozes e debates relevantes.
Spotify realiza doação para Vale do Dendê
Como parte de seu compromisso com a valorização da cultura preta, o Spotify também anuncia uma doação inédita de 3,5 milhões de reais à organização social Vale do Dendê, aceleradora de impacto social e centro de inovação criada em Salvador (BA), cidade com a maior população preta fora da África. O recurso será usado para investir em pequenos produtores de música e criadores de podcast, com impacto em mais de 500 profissionais da rede dessas produtoras. A Vale do Dendê possui hoje 150 empresas aceleradas e já impactou indiretamente mais de 800 empresas com seus programas.
“Estamos muito felizes com essa doação e esperamos que com esses recursos nós possamos acelerar ainda mais o ecossistema de áudio em Salvador. Queremos que os artistas e criadores possam ganhar cada vez mais espaço, levando inovação e criatividade para além das fronteiras locais. A cultura da Bahia precisa ser divulgada para o mundo e nada melhor do que contar com a força do Spotify”, diz Paulo Rogério Nunes, cofundador da Vale do Dendê.
A escolha de Salvador também está diretamente relacionada à efervescência cultural da região. O estado da Bahia é reconhecido desde 2016 pela Unesco como capital da música e berço de movimentos culturais importantes, como a Tropicália, o Samba, os blocos afro, o Axé Music e mais recentemente os estilos como Pagodão e outras vertentes da música baiana contemporânea. A área é conhecida também pelo grande número de roteiristas, influenciadores e produtores de conteúdos digitais nas áreas de moda, cultura afro e entretenimento.
A iniciativa de doação do Spotify oferece uma oportunidade significativa na construção de programas estratégicos e parcerias focadas em capacitar a próxima geração de criadores negros no Brasil.